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sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Nathália Rodrigues: “Minha mãe era dada como maluca quando contava que eu era cega”

“Faça sabendo que vai ser diferente das outras pessoas. Que você tem o seu tempo. Mas não se prive, tenha vontade, sonhe, voe”. Essa é a filosofia de vida da estudante carioca de jornalismo, de 23 anos, Nathália Rodrigues. Nathália nasceu cega, encarou muitos desafios durante sua curta vida e superou muitos outros. Ela estuda, tem uma rotina de trabalho super corrida, seja como produtora e repórter na Globonews, comentarista do programa ‘Esquenta’ da Rede Globo, ou produzindo para o ‘Como assim cega?’, seu canal no Youtube. E independente da sua condição  de “mulher, preta, pobre e favelada”, como frisou em entrevista ao Portal Correio Nagô, ela sempre foi estimulada pela família a superar sua limitações.
“Faça sabendo que vai ser diferente das outras pessoas. Que você tem o seu tempo. Mas não se prive, tenha vontade, sonhe, voe”.
Essa é a filosofia de vida da estudante carioca de jornalismo, de 23 anos, Nathália Rodrigues. Nathália nasceu cega, encarou muitos desafios durante sua curta vida e superou muitos outros. Ela estuda, tem uma rotina de trabalho super corrida, seja como produtora e repórter na Globonews, comentarista do programa ‘Esquenta’ da Rede Globo, ou produzindo para o ‘Como assim cega?’, seu canal no Youtube. E independente da sua condição  de “mulher, preta, pobre e favelada”, como frisou em entrevista ao Portal Correio Nagô, ela sempre foi estimulada pela família a superar sua limitações.
Em sua curta estadia em Salvador, Nathália, que ficou conhecida após uma participação no   Esquenta e passou a fazer parte da atração global, conheceu a sede do Instituto Mídia Étnica e concedeu um alegre e descontraído bate-papo, sobre carreira, desafios, superação e direitos. “A visibilidade é um benefício. Eu não me considero uma celebridade. Mas o fato de estar na televisão ajuda muito a classe que eu pertenço. Pelo fato de ter necessidade de existir exemplo neste sentido”.
Diferentemente do que ocorre com muitas crianças na mesma condição, ela estudou em colégio regular e público, na comunidade de Cidade Alta, no Rio. “Eu sou novinha mas há 12 anos não tinha essa lei que obrigava as escolas a aceitar a criança. E no meu caso tinha um agravante, eu não tinha como provar. A gente contou com a boa vontade da escola”, contou Nathália. O ‘agravante’ que ela cita está relacionado ao diagnóstico tardio sobre a causa da sua cegueira. “Meu olho era bem vivo, e minha mãe foi dada como maluca por isso. As pessoas não acreditavam que eu não enxergava”. Nathália explica que, atualmente, a possibilidade da escola não aceitar não existe mais. E nesse casos, as famílias podem reivindicar e mostrar para escola que a criança tem direito. “A escola tem obrigação, não só de te aceitar, mas estar preparada para receber as crianças. Eu ouvi de muitos professores que  não estavam preparados. E a minha resposta era sempre que “Minha mãe também não estava preparada para ter uma filha cega”. E não pedi para nascer. Preparado ninguém está mas a gente prepara quando quer”, analisa.
Futuro e passado
Para o futuro, Nathália sonha com um programa de televisão para chamar de seu. Segundo ela, trabalhar com comunicação sempre foi seu sonho e pretende levar adiante. “Eu gosto de comunicação, gosto do ser humano. Já fui muito enganada na vida, mas ainda assim, continuo apaixonada pelo ser humano. Mas não somente um programa voltado para deficiente mas pra todos os públicos”, revela, antes de contar que toda a confiança e autoestima foi posta em risco quando sofreu um atentado dentro do campus da faculdade que estudava. “ Eu sempre estava acompanhada mas nesse dia estava sozinha. “E fui pega por cinco pessoas, três meninos e duas meninas. Fui levada para um canto da faculdade e eles quase torceram o meu braço, jogaram minha bengala longe e falaram que se eu continuasse na faculdade eles iriam fazer da minha vida um inferno”, conta Nathália, que direcionou o caso para a instituição, mas não foi possível identificar os agressores. Por insegurança, ela teve que sair do curso.
Um pequeno pequeno susto comparado a grandiosidade e independência de Nathália, que segue em frente, correndo atrás dos seus sonhos, independente de críticas e preconceito.“Eu tinha tudo contra, motivos para não ser o que eu sou hoje. Meus pais sempre me estimulou, não só a mim, como os irmãos também. Diziam para a gente fazer o que tinha vontade, concluiu.
Fonte: Correio Nagô

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