O caminhoneiro Fábio Luís Roque, uma das lideranças do Comando Nacional do Transporte (CNT), reforçou nesta segunda-feira, 9, que o grupo não pretende estabelecer nenhum tipo de diálogo com o governo federal para levar reivindicações dos transportadores autônomos a Brasília.
“Não queremos contato”, disse ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.
“Não queremos contato”, disse ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.
O Comando Nacional do Transporte está organizando a paralisação iniciada nesta segunda-feira em várias regiões do Brasil. Diferente de mobilizações anteriores da categoria, desta vez o objetivo principal do movimento é provocar a saída da presidente Dilma Rousseff.
Não se trata, portanto, de um movimento reivindicatório, classista. Trata-se da ocupação e paralisação das principais estradas brasileiras, para impedir a circulação de pessoas e cargas com objetivos meramente golpistas.
E isso é um atentado à Constituição, às leis e aos direitos da sociedade.
Em país algum do mundo um grupo de caminhoneiros – e de empresas transportadoras de carga – paralisa a circulação nas principais rodovias do país impunemente. A menos que se considere o Chile, na iminência do golpe de Pinochet e o assassinato do Presidente Salvador Allende um parâmetro válido.
O Ministro da Justiça, se merecesse este nome, em lugar de dedicar-se a entrevistas vaidosas à Folha, estaria no final de semana preparando um plano de contingência para que a Polícia Rodoviária Federal e, se necessário, a Força Nacional de Segurança, entrassem em ação desimpedindo as estradas.
Se a Presidente tem alguma titubeação por determinar a liberação das estradas com força policial, quero lembrá-la que Leonel Brizola fez isso em novembro de 1985, quando um grupo de empresários estimulou o fechamento da Avenida Brasil, então praticamente a única via de acesso ao Rio e ainda pediu – e obteve, o apoio do então comandante do I Exército, até porque a via é cheia de instalações militares, igualmente bloqueadas.
Fiquem à vontade, se querem permanecer parados até que a Presidenta eleita legitimamente deixe o poder . Mas fiquem parados no acostamento, em trechos onde não ofereçam perigo ao tráfego, até 31 de dezembro de 2018.
Não são obrigados a trabalhar, se querem fazer greve – se é que se pode chamar de greve um locaute de empresários de transporte de cargas, como muitos são – têm todo o direito. Mas não o de fechar as estradas indefinidamente.
Quem é eleito pelo voto não é derrubado de caminhão.
Fonte:O Tijolaço
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