Em seguida, governo da Rússia afirmou que tomará medidas caso a decisão provoque algum impacto negativo para a economia nacional
A Ucrânia assinou nesta sexta-feira (27/06) um acordo de livre comércio com a UE (União Europeia) -- ponto que deu início a uma grave crise social e política no país no final do ano passado.
“Nos últimos meses, a Ucrânia pagou o preço mais alto possível para tornar seus sonhos europeus realidade”, disse o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, aos líderes europeus durante a cerimônia de assinatura do acordo em Bruxelas. A Geórgia e a Moldávia também assinaram acordos semelhantes.
Em novembro de 2013, quando o governo do então presidente Viktor Yanukovich desistiu do acordo por considerá-lo desvantajoso e perigoso para a Ucrânia, a oposição e parte da população foram às ruas contra a decisão, em protestos violentos que deixaram centenas de mortos. Em 22 de fevereiro de 2014, as manifestações culminaram na destituição de Yanukovich pelo Parlamento.
O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Grigory Karasin, disse que a decisão de assinar o acordo é um direito soberano da Ucrânia, mas acrescentou que a Rússia tomará medidas caso exista algum impacto negativo para a economia nacional. Herman Van Rompuy, presidente do Conselho Europeu, afirmou que "nada, no acordo, afeta a Rússia". Já o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, disse que "o acordo é positivo. Não foi feito contra ninguém".Essa semana, o presidente russo, Vladimir Putin, já havia ressaltado que seu país vai introduzir, no entanto, taxas de importação para produtos ucranianos, com o objetivo de proteger o mercado russo. "Será um teste difícil para a Ucrânia", advertiu Putin.
Mortes
Aproximadamente mil pessoas, entre milicianos pró-Rússia e civis, morreram desde o início há mais de dois meses das ações militares no sudeste da Ucrânia, disse nesta quinta-feira um dos líderes anti-Kiev, Andrei Purguin. "Já podemos falar de cerca de mil mortos em Donbass (região mineradora)", denunciou o vice-primeiro-ministro da autoproclamada república popular de Donetsk, declarada por seus líderes separatistas como independente da Ucrânia.
Muitos morreram e foram enterrados na cidade de Slaviansk e seus arredores, símbolo e bastião da rebelião pró-russa que eclodiu em meados de abril. Pelo menos cem pessoas, a maioria milicianos, morreram nos combates no aeroporto de Donetsk, situado na capital da região. "Sob os escombros do aeroporto de Donetsk estão 35 corpos", afirmou o líder pró-russo.
Os combates entre os dois lados não terminaram de fato em nenhum momento, nem sequer depois da trégua alcançada na segunda-feira passada entre representantes de Kiev e os insurgentes. Os milicianos reconheceram "intensos tiroteios" entre as forças governamentais e os rebeldes na área do aeroporto de Kramatorsk, cidade vizinha a Slaviansk, depois que um avião de carga lançou hoje três caixas com conteúdo desconhecido sobre o local.
"Neste momento há combates pelo aeroporto de Kramatorsk. Tudo indica que o avião era da parte ucraniana", disse à agência russa Interfax um porta-voz dos rebeldes.
Fonte: Opera Mundi
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