Para o presidente da CTB-BA, Adilson Araújo, “Salvador é nitidamente uma cidade abandonada sem projeto. O prefeito anterior promoveu o desmando, deixou que a situação de calamidade se instalasse, e ACM Neto até agora não disse para que veio”, avaliou. Entre as críticas está a questão do metrô, cuja construção já dura 13 anos sem data para terminar.
Araújo destaca ainda o alto índice de desemprego na capital e região metropolitana, que atingiu 17,7% da população no último ano. De acordo com o dirigente da central sindical, a cidade se prepara para receber grandes eventos e os governos não se preocupa em qualificar os trabalhadores. “Salvador não pode ser uma cidade que só serve aos interesses do capital”, pontua.
“A cidade também amarga a pior cobertura da saúde básica entre as capitais. Com muito esforço chega a atender 13% da população”, reclama a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde da Bahia (Sindsaúde), Inalba Fontenelle, que durante o protesto citou ainda a falta de hospitais próprios do município, o que leva à contratação de entidades filantrópicas e um rombo de R$52 milhões em dívidas. Para a dirigente sindical, a saúde municipal também “tem um quadro insuficiente. Demitiu os profissionais e não convoca os concursados”.
O desrespeito dos governantes com a causa pública também foi lembrada. O vereador de Salvador e sindicalista Everaldo Augusto (PCdoB) compareceu à manifestação e comentou a decepção pela Câmara de Vereadores adiar mais uma vez a polêmica votação das contas do ex-prefeito João Henrique (PP), no exercício de 2009. “Nossa posição é de rejeição dessas contas e de punição a João Henrique. Esse seria um presente que a cidade precisa receber e, com base nessa decisão, a gente irá cobrar do atual prefeito que ele não venha cometer os mesmos erros”.
Peixe da Semana Santa marcou o protesto
Usado como símbolo do protesto, na cidade que “rema contra a maré”, 500 quilos de peixes foram distribuídos à população, atraindo centenas de pessoas ao local. O objetivo, segundo o presidente da CTB, foi de aproveitar a Semana Santa para lembra que “a cidade ainda é extremamente desigual e seus moradores padecem de melhorias”.
A balconista Maraísa Santana, grávida de oito messes, foi a primeira pessoa a receber os peixes. Moradora do Nordeste de Amaralina, ela fez questão de demonstrar o desejo de dias melhores. “Nossa cidade é linda, mas precisa de cuidados. O povo está passando necessidade”, refletiu. Na fila que se estendia pela praça também encontramos trabalhadores desempregados, como Viviane dos Santos, 37 anos. “Um presente para Salvador seria ter mais saúde, segurança e emprego para suprir as necessidades do nosso povo”, lembrou.
Cerca de 60 quilos de peixes foram doados ao Movimento por Habitação, Paz e Vida, responsável por um acampamento de sem tetos com 630 famílias. De acordo com um dos coordenadores do movimento, Marivaldo Rodrigues, o ato fortalece o desejo por uma cidade que atenda as demandas por habitação e cidadania. “É muito importante sensibilizar a sociedade para que cobre mais do governo. Nesse sentido a CTB é uma parceira e nos presta grande solidariedade”, afirmou.
Participaram do ato representantes dos sindicatos dos Bancários, dos Servidores do Judiciário, (Sinpojud), Trabalhadores das Universidades (Assufba), Operários da Construção Civil (Sintracom), União da Juventude Socialista (UJS).
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Fonte texto: Portal CTB
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