O presidente venezuelano, Hugo Chávez, afirmou nesta segunda-feira (9) que a campanha eleitoral começou bem, com as pesquisas indicando que se o pleito fosse hoje, ele seria reeleito com mais da metade dos votos.
“Podemos obter 60%, nível que já ultrapassamos nas eleições presidenciais de 2006”, disse Chávez em coletiva de imprensa no Hotel Alba Caracas.
“Vamos lutar duramente nestes três meses que restam para as eleições, para ampliar essa brecha de consciência, com base em ideias claras e transparentes, em uma liderança e uma sólida proposta”, afirmou o mandatário.
Chávez sublinhou que o resultado das eleições será uma vitória contundente, política e moral contra a oposição burguesa que pretende converter a Venezuela em uma colônia do imperialismo.
Nestas eleições, disse, há dois projetos: o da Pátria – apresentado quando se inscreveu como candidato junto ao Conselho Eleitoral Nacional e ratificado no início da campanha – e o antipátria, que a oposição leva adiante.
Programa socialista
O mandatário informou que surgiram mais de quatro mil jornadas de debate da proposta para o programa da gestão bolivariana socialista para o período 2013-2019.
Em contraste, alertou que a campanha da oposição se desenvolve baseada no engano, com o punhal escondido para perpetrar violência e agressão se os seus desejos não forem cumpridos.
Em resposta a uma pergunta do correspondente de uma televisão estadunidense, Chávez afirmou: "Tudo o que proponho é novo". As ideias contidas em nosso projeto são totalmente novas, insistiu.
"Estamos inventando novos métodos e procedimentos. Esta é uma nova invenção que, com audácia e responsabilidade, me atrevo a apresentar ao povo venezuelano para sua consideração", explicou, em alusão ao programa para o período 2013-2019 que apresentou ao Conselho Nacional Eleitoral.
Segundo Chávez, a construção do socialismo na Venezuela é a linha medular desse programa e citou como exemplo de inovação criativa o fortalecimento do poder popular a partir dos conselhos populares e das comunas, algo que – disse – nunca existiu no país.
"A burguesia está tratando de cunhar a ideia de que eles são o novo, mas o novo somos nós", disse o líder bolivariano.
Todo o projeto bolivariano é novo, sublinhou Chávez, e comentou que, ao contrário, tudo o que a burguesia propõe é o capitalismo, a pré-história, que são portadores do engano, da fraude e do saque.
Contexto internacional
Chávez observou que a atual campanha foi precedida por outras 13 em 13 anos, uma por ano, o que indica a maturação de um processo verdadeiramente democrático na Venezuela, ressaltou.
Este processo eleitoral, assinalou, se realiza em um contexto geopolítico internacional de grandes crises no qual "devemos estar atentos", pois a Venezuela não pode desvincular-se deste. "Temos uma revolução em marcha, grandes riquezas naturais, recursos energéticos e ambientais, e posição geográfica invejável".
Diante desse panorama, Chávez contrastou os avanços na região da América Latina e Caribe, alcançados a partir da integração com processos como a Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América, a União de Nações Sul-americanas e a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos.
Recado aos golpistas
Chávez voltou a dizer que aceitará incondicionalmente a decisão da maioria nas eleições de 7 de outubro, em contraste com o silêncio que a oposição mantém sobre o tema.
Ele respondeu a pergunta de uma jornalista da rede de TV privada Globovision, sobre se aceitaria um acordo com a oposição de não fazer durante a campanha pronunciamentos em rede nacional, não utilizar recursos do Estado e respeitar a vontade popular.
"As condições [da campanha e do processo eleitoral] são estabelecidas pela Constituição e pelas leis da República", razão pela qual tais propostas saem do marco legal.
Acrescentou que não há vantagem alguma em fatos como pronunciar um discurso em uma formatura de militares, utilizar os meios de transporte, as instalações do Palácio de Miraflores (palácio presidencial) ou a guarda presidencial, pois estes são direitos constitucionais de um chefe de Estado.
Entretanto, para Chávez, a burguesia oposicionista emprega estes argumentos "sem bases medianamente lógicas", para respaldar sua agenda desestabilizadora, manipuladora que conduz à violência.
Chávez alertou que a oposição "está preparando-se para desconhecer a decisão do povo", mas "que não lhes ocorra tentar usar a violência, porque se arrependerão, tenham segurança disso os que forjam planos violentos", asseverou.
O presidente disse que o processo eleitoral é um conflito democrático que deve ser resolvido pacificamente e com respeito à decisão da maioria. "Esperamos o mesmo de lá para cá", disse, referindo-se ao silêncio da oposição quanto a aceitar a vontade do povo.
Cura
Chávez falou também sobre seu estado de saúde, assegurando que está bem, “apesar dos maus augúrios de algumas pessoas”. “Sinto-me, a cada dia em melhores condições físicas e mentais”.
Esclareceu que se completaram oito semanas desde o fim do ciclo de radioterapia a que foi submetido e que no domingo (8) começou a realizar pequenas caminhadas e exercícios. Assegurou ainda que prevê participar em breve de uma partida de beisebol.
Depois de opinar que muitas das limitações físicas podem ser superadas, expressou que o difícil mesmo é superar em curto tempo as limitações intelectuais, por mais assessores que se tenha, em uma clara alusão ao principal candidato da oposição, Henrique Capriles Radonski. "Em 7 de outubro se desanuviará o horizonte nacional para os próximos anos e saberemos se haverá pátria ou não haverá pátria".
A frase é de Simon Bolívar, escrita em uma carta enviada em setembro de 1830 ao general Rafael Urdaneta.
“Tenho fá em que nesta ocasião a maioria dos venezuelanos vai escolher a opção de que haja pátria”, indicou Chávez ao reiterar sua segurança de que em 7 de outubro próximo será reeleito para um novo período à frente do governo.
“Somos filhos de Bolívar”, assinalou, ao referir-se aos que respaldam hoje na Venezuela o projeto de reformas econômicas, políticas e sociais que ele lidera.
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Fonte texto: Portal Vermelho
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