As eleições legislativas realizadas neste domingo (06) na Grécia foram um verdadeiro terremoto político e puseram abaixo a coalizão entre a direita (Nova Democracia) e a social-democracia tradicional (Partido Socialista Pan Helênico - Pasok), que se revezaram no poder nos últimos anos e ultimamente governavam juntos o país como fiadores das medidas de austeridade e arrocho impostas pela União Europeia. A Nova Democracia caiu de 33,5%, nas eleições de 2009, para 18,9%; o desastre do Pasok foi ainda maior. Os social-democratas caíram de 44% em 2009 para 13,2% nas eleições deste domingo.
A força emergente desta eleição é a denominada Coalizão da Esquerda Radical (Syriza), que multiplicou quase quatro vezes a sua votação, de 4,6%, em 2009, para 16,8% em 2012.
O Partido Comunista Grego manteve o seu eleitorado e até cresceu um pouco, de 7,5%, em 2009, para 8,5% no pleito deste domingo.
Outro aspecto novo destas eleições gregas foi a votação de um grupo fascista e racista, o Aurora Dourada, um partido que usa símbolos nazistas e defende a expulsão dos imigrantes . Pela primeira vez, com 7% dos votos, esta organização conseguirá enviar deputados ao Parlamento (21). Nas eleições de 2009, o Aurora Dourada obtivera apenas 0,3%.
Pequenas formações políticas oriundas de cisões dos grandes partidos também obtiveram votações que as credenciam a eleger deputados. A Esquerda Democrática, uma dissidência do Syriza, obteve 6,1%; os Independentes, uma cisão da direitista Nova Democracia, ficaram com 10,6%.
O resultado eleitoral deste domingo na Grécia aumenta o impasse político surgido na esteira da profunda crise econômico-financeira em que o país se encontra mergulhado. Nenhum partido alcançou uma votação que o credencie a liderar a formação de um governo estável .
As opções em debate são a tentativa de formar um governo de “unidade nacional”, ou um governo de coalizão entre forças afins. Na impossibilidade de concretizar uma das duas hipóteses, não está descartada a convocação de novas eleições.
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Fonte texto: Blog do Miro
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