A CTB Minas promoverá nesta terça-feira, 1º de maio, Dia do Trabalhador, um grande ato público em Betim, cidade operária da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). A atividade, que será realizada em parceria com a Prefeitura de Betim, Sindicato dos Metalúrgicos de Betim e o Sindicato dos Professores de Minas Gerais (Sinpro Minas), abrirá a 24ª edição do Betim Rural, uma das festividades mais tradicionais da região.
Para mobilizar os trabalhadores para a festa, na tarde da sexta-feira, 27, dirigentes da CTB Minas e militantes do Movimento Sindical realizaram um ato na Praça Sete, palco das principais manifestações políticas, sociais e culturais da capital mineira.
Durante a mobilização, foi feita distribuição do mais recente número do jornal da CTB Minas, que nesta edição aborda, além do Dia do Trabalhador, temas como o “Grito de Alerta em defesa da produção e do emprego”; e a campanha em prol da unicidade sindical promovida pela CTB.
Presente no ato, o presidente da CTB Minas, Gilson Reis, lamentou o fato de nem sempre os trabalhadores darem a devida atenção ao 1º de Maio. Para ele, o Dia do Trabalhador deve servir para reflexão e compreensão. “Muitas vezes, damos mais valor a outras datas comemorativas, e nos esquecemos desse dia tão importante. O Dia do Trabalhador não é somente um dia de festa, mas também de luta dos trabalhadores de todos os povos”, disse.
Crise capitalista
Segundo Gilson Reis, mesmo vivendo uma boa fase desde o governo Lula e agora com a presidenta Dilma, os trabalhadores ainda têm muito a conquistar. “Se no Brasil a situação dos trabalhadores melhorou um pouco no último período, o mesmo não podemos dizer dos trabalhadores da Grécia, Itália, Espanha e Estados Unidos, que estão perdendo seus empregos e direitos, devido à crise do sistema capitalista, que tem desempregado milhões de trabalhadores em todo o mundo”, avaliou.
Mas é possível se avançar nas conquistas, acredita o presidente da CTB Minas. Para Gilson Reis, é preciso melhorar os salários pagos aos trabalhadores brasileiros, que ainda é muito baixo; melhorar as condições de trabalho; acabar com as demissões imotivadas e a informalidade no mercado de trabalho; regulamentar profissões que ainda aguardam por reconhecimento; e respeitar os aposentados, que durante anos a fio deram sua contribuição e não têm recebido o devido respeito.
“Com organização e empenho da classe trabalhadora e de suas entidades representativas, temos todas as condições de continuar avançando rumo a um País digno, solidário, desenvolvido e que distribua renda com os trabalhadores. Que este dia de luta sirva para os trabalhadores de todos os povos questionarem, pensarem e lutarem por um País e um mundo melhor”, disse Gilson Reis.
Massacre
Diretor de Política Educacional da CTB Minas, Rafael Calado acrescentou que os avanços obtidos pelo País nos últimos anos se devem aos esforços dos trabalhadores brasileiros. “Quem por direito movimenta a economia do País e todo o setor produtivo somos nós trabalhadores. Sem os trabalhadores, nada acontece, nada se cria, nada se produz, seja na cidade ou no campo. Portanto, devemos nos esforçar também para defender nossos direitos”, afirmou.
As más condições enfrentadas pelos jovens trabalhadores em particular foram atacadas pelo diretor Romney Mesquita, do Coletivo de Juventude da CTB Minas. Segundo ele, os trabalhadores jovens estão sendo massacrados pelo capitalismo. “Estamos perto de uma senzala dos tempos modernos, que são os call centers”, disse se referindo ao grupo de jovens operadores de telemarkenting que acompanhavam o ato na Praça Sete. “Hoje, temos muitos operadores de telemarketing usando remédios com tarja preta, porque trabalham sob pressão o tempo todo dentro dos call centers”, denunciou.
“Por isso, convoco a todos os trabalhadores, jovens, homens, mulheres, informais e aposentados para se juntarem à CTB. Vamos, juntos, fazermos a transformação do movimento de trabalhadores do Brasil porque quem mobiliza esse País e faz o Brasil crescer somos nós”, conclamou Romney mesquita.
Legado
O 1º de Maio é lembrado em todo mundo graças à luta dos trabalhadores que um dia lutaram contra o capital para reduzir a jornada abusiva de trabalho, que submetia, inclusive, crianças e jovens a 12, 15, 20 horas de trabalho ao dia. “Se hoje temos a jornada de 8 horas, foi por causa daqueles mártires de Chicago, que morreram para fazer com que a redução da jornada de trabalho fosse uma realidade para os trabalhadores”, lembrou o vice-presidente da CTB Minas, José Antônio de Lacerda, o Jota.
Além de lutar, juntamente com as centrais, pela criação de mais empregos; redução da jornada de trabalho de 44 horas para 40 horas semanais e melhoria das condições de trabalho; os trabalhadores devem colocar na ordem do dia a questão do Fator Previdenciário; e a aprovação da Convenção 158 da OIT, que proíbe a demissão imotivada, enumerou Jota.
“Também é preciso, de fato, lutarmos para que os trabalhadores tenham voz nesse País. Somente com uma sociedade socialista, onde os trabalhadores sejam os donos dos meios de produção, faremos fazer valer as leis e os nossos direitos”, finalizou.
A comemoração do Dia do Trabalhador em Betim terá entrada gratuita e programação direcionada para as famílias, com área de lazer, praça de alimentação, feira de artesanato e apresentações culturais. Os portões da Arena Betim, localizada na será na Avenida Edmeia Matos Lazarotti, 320, ao lado do Centro Administrativo da Prefeitura, serão abertos a partir das 16 horas.
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Fonte texto: Blog da CTB MG
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