O governo do Reino Unido e os de outros países europeus analisam a possibilidade de atacar pontos estratégicos e campos de treinamento de grupos islâmicos insurgentes e piratas na Somália, segundo o diário britânico The Guardian.
As atividades destes grupos têm preocupado o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, principalmente porque mais de 200 estrangeiros estiveram em campos de treinamento do grupo al-Shabaab nos últimos seis anos, sendo 40 deles britânicos.
A Somália, chamada por Cameron de “Estado falido que ameaça diretamente os interesses do Reino Unido”, será o tema de uma conferência em Londres nesta quinta-feira 23. Na reunião, o governo britânico deve anunciar a doação de 20 milhões de libras (cerca de 53 milhões de reais) para as regiões mais degradas do país a fim de ajudar na reabertura de escolas e hospitais.
O interesse em conter a ação dos piratas e insurgentes ganhou a atenção dos britânicos que vão destinar ajuda também a 150 mil refugiados somalis que foram para o Quênia e 100 mil para a Etiópia, além de um novo centro de inteligência em Seicheles.
A opção por um viés militar seria com uma operação aérea e contaria com planos nos últimos dois anos da coalização internacional que lidera o combate aos piratas.
O planejamento inclui também atacar regiões nas quais a al-Shabaab e piratas coexistem, por meio de poucos helicópteros armados que partiriam de navios de guerra.
A iniciativa, aponta o Guardian, poderia despertar o interesse da Holanda, França e Estados Unidos. Os norte-americanos, inclusive, já atacaram com aviões teleguiados membros da al-Shabaab na Somália.
Riqueza
Um estudo do think-tank britânico Chatham House, divulgado em janeiro de 2012, mostra que centros regionais somalis foram beneficiados por investimentos bancados pela pirataria. O levantamento analisou imagens de satélite e dados de ONGs.
Em 2009, indica o relatório, os piratas receberam cerca de 70 milhões de dólares em pagamentos de resgates, cerca de cinco vezes mais que o orçamento oficial de regiões semiautônomas, como Puntland, importante base de piratas.
O estudo mostra também que apenas cerca de 30% do resgate fica com os piratas, 10% vai para auxiliares em terra, 10% é gasto em presentes e subornos para a comunidade local e 50% fica com os patrocinadores e financiadores.
Fonte texto: A Carta Capital
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