Em assembleia realizada nesta quarta-feira (15) à noite, em Curitiba, policiais civis do Paraná aprovaram indicativo de greve e podem parar a partir do sábado de Carnaval (18). A partir da zero hora de quinta (16), eles prometem fazer operação-padrão, realizando apenas as funções determinadas pelo estatuto da Polícia Civil –que não incluem, por exemplo, vigiar os cerca de 12 mil presos que estão em carceragens de delegacias no Paraná.
Os policiais rejeitaram proposta de reajuste de 20% para os policiais de quarta e quinta classes, anunciada há poucas horas pelo governador Beto Richa (PSDB) –os demais, que já tem salários maiores, teriam apenas a inflação reposta.O prazo de 48 horas para o início da paralisação é necessário para que a Secretaria da Segurança Pública seja informada da decisão, de acordo com a legislação trabalhista.
Eles querem ainda a incorporação de benefícios ao subsídio, o que levaria o salário inicial da categoria a R$ 5.750 (cerca de R$ 3.000 superior ao piso atual).
“Estamos negociando desde o início do governo [em janeiro de 2011], tivemos paciência, aceitamos prazos e nos apresentam uma tabela [de salários] que soa como desrespeito à categoria”, disse aoUOL André Gutierrez, presidente do Sinclapol, sindicato que representa os policiais civis. "Buscamos o reconhecimento de carreiras de nível superior, mas remuneradas como de nível médio. [O que o governo ofereceu] está muito aquém do que desejamos”, afirmou.
Durante as 48 horas da operação-padrão, os policiais tentarão repassar à Justiça presos que cumprem pena em delegacia por falta de vagas em penitenciárias. “Também não vamos aceitar mais abrigar presos em regime semi-aberto e devemos suspender visitas a detentos que estão nas delegacias”, falou Gutierrez.
Segundo ele, 4.000 policiais civis trabalham do Paraná. “É pouco. Deveríamos ser em torno de 8.000. Não temos sequer um delegado por cidade (o Paraná tem 399 municípios”, apontou o sindicalista.
Durante as 48 horas da operação-padrão, os policiais tentarão repassar à Justiça presos que cumprem pena em delegacia por falta de vagas em penitenciárias. “Também não vamos aceitar mais abrigar presos em regime semi-aberto e devemos suspender visitas a detentos que estão nas delegacias”, falou Gutierrez.
Segundo ele, 4.000 policiais civis trabalham do Paraná. “É pouco. Deveríamos ser em torno de 8.000. Não temos sequer um delegado por cidade (o Paraná tem 399 municípios”, apontou o sindicalista.
Procurada pelo UOL antes do fim da assembleia, a assessoria de imprensa do governo do Estado informou que nenhum secretário falaria sobre o assunto nesta quarta. “Fomos no limite do que era possível”, disse Richa, em texto publicado pela agência oficial de notícias antes da decisão dos policiais.
“Criou-se uma falsa expectativa sobre o assunto. É lamentável que haja interesse político de insuflar as categorias, para causar desgaste do governador. Falam em reposição de perdas de 13 anos. Não há como fazer milagre. Não tenho esse dom. Tem que haver compreensão”, argumentou o tucano, na nota oficial.
O governador ainda dizia esperar que não haveria greves de policiais no Estado. “Não admito baderna. Os princípios de hierarquia e disciplina têm que ser respeitados. O que ocorreu na Bahia não vai ocorrer no Paraná”, anotou o texto da agência oficial.
Polícia Científica e PMs
Nesta quinta (16), funcionários da Polícia Científica fazem um protesto em Curitiba e, no dia seguinte, em assembleia, também podem decidir cruzar os braços. Eles alegam não ter sido incluídos na proposta do reajuste, mas a nota do governo diz que eles também devem ter reajustes.
Policiais militares também rejeitaram a oferta de aumento –de até 23,5% nos salários iniciais– apresentada pelo governo. Entidades que representam os policiais defendem reajuste de pelo menos 50%, relativos a perdas acumuladas desde 1998, e não descartam entrar em greve como “recurso extremo”.
No início da noite, cerca de 50 policiais e familiares fizeram protesto e acenderam velas em frente ao Palácio Iguaçu, sede do governo, em Curitiba.
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Fonte Texto: UOL Notícias
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