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sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

Que país vai atacar o Brasil para “salvar” nossas próprias mulheres e LGBTs? Parte 2

Hoje temos um presidente da República que, se não manda executar LGBTs diretamente, estimula a violência contra eles com declarações como “filho gay é falta de porrada” ou que seria “incapaz de amar um filho homossexual”
Nos últimos oito anos, ao menos 868 travestis e transexuais foram assassinadas, colocando o Brasil no topo do ranking dos que mais matam pessoas transgêneros no mundo. O Irã não aparece na lista porque, paradoxalmente, desde 2008 as operações de redesignação sexual são autorizadas e feitas com apoio do Estado, o que lhe rendeu o título de país onde mais são feitas cirurgias de mudança de sexo depois da Tailândia –o que não deixa de ser uma violência, já que muitos homossexuais iranianos são estimulados a mudar forçosamente de sexo para evitar problemas com a Justiça.
Nos últimos oito anos, ao menos 868 travestis e transexuais foram assassinadas, colocando o Brasil no topo do ranking dos que mais matam pessoas transgêneros no mundo. O Irã não aparece na lista porque, paradoxalmente, desde 2008 as operações de redesignação sexual são autorizadas e feitas com apoio do Estado, o que lhe rendeu o título de país onde mais são feitas cirurgias de mudança de sexo depois da Tailândia –o que não deixa de ser uma violência, já que muitos homossexuais iranianos são estimulados a mudar forçosamente de sexo para evitar problemas com a Justiça.



Quanto aos feminicídios, uma mulher é morta no Brasil a cada 8 horas por seus companheiros ou ex-companheiros; em 2018, foram 1.173 as vítimas de feminicídio no país, de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Ou 4 vezes o número total de execuções no Irã em 2018. Apenas nos últimos meses de 2019, 200 mulheres foram vítimas de feminicídio em cinco Estados pesquisados pela Rede de Observatórios: Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Pernambuco. Somos, segundo a ONU, o quinto país onde mais se matam mulheres por questões de gênero, ou seja, por feminicídio.

Obviamente é difícil comparar uma decisão governamental de executar pessoas, como a do governo do Irã, com execuções feitas por indivíduos, como acontece no Brasil. Mas e a omissão do Estado nestas mortes? Hoje temos um presidente que, se não manda executar LGBTs diretamente, estimula a violência contra eles com declarações de que “filho gay é falta de porrada”, que seria “incapaz de amar um filho homossexual” e que preferia “um filho morto num acidente do que com um bigodudo”. E que favorece a violência contra a mulher ao zombar da palavra “feminicídio” (para ele, “mimimi”) ou dizer a uma deputada que não a estupraria “porque não merece”.

Eu me pergunto o que fazem os que agora se mostram tão preocupados com os direitos humanos dos LGBTs e mulheres do Irã contra os assassinatos dos nossos próprios LGBTs e mulheres. É fato que se matam mais mulheres e mais gays no Brasil do que no Irã. Por que então não defendem a intervenção dos EUA para “salvá-los” aqui mesmo? No mínimo deviam exigir do presidente que elegeram que tente resolver o que está acontecendo em seu próprio quintal, em vez de apontar o dedo para o país dos outros. Acaso a vida de nossas mulheres e nossos LGBTs vale menos que a dos iranianos?

Veja a parte 1 AQUI!

Fonte: Socialista Morena

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