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sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

Que país vai atacar o Brasil para “salvar” nossas próprias mulheres e LGBTs? Parte 1

Números de execuções no Irã são ínfimos comparados aos feminicídios e assassinatos de homossexuais que ocorrem aqui
O conflito Irã-Estados Unidos, iniciado após o assassinato do general Qasem Soleimani no início do ano por um bombardeio norte-americano no Iraque, tem mobilizado as redes sociais brasileiras em relação aos direitos humanos no país dos aiatolás. Muita gente que nunca se preocupou com os direitos humanos no Brasil e que volta e meia ataca os defensores dos direitos humanos manifestou apoio ao ataque de Donald Trump “para libertar o povo da ditadura iraniana”, a exemplo daquele colunista do Estadão que já comparou a união civil homossexual ao casamento entre cabras.
O conflito Irã-Estados Unidos, iniciado após o assassinato do general Qasem Soleimani no início do ano por um bombardeio norte-americano no Iraque, tem mobilizado as redes sociais brasileiras em relação aos direitos humanos no país dos aiatolás. Muita gente que nunca se preocupou com os direitos humanos no Brasil e que volta e meia ataca os defensores dos direitos humanos manifestou apoio ao ataque de Donald Trump “para libertar o povo da ditadura iraniana”, a exemplo daquele colunista do Estadão que já comparou a união civil homossexual ao casamento entre cabras.


É verdade, as leis iranianas são mesmo anacrônicas e a pena de morte por enforcamento continua valendo no país em pleno século 21. Um homossexual pode ser condenado a chibatadas e à morte no Irã apenas por ser homossexual. Em junho de 2019, o ministro das Relações Exteriores, Mohammed Javad Zarif, foi questionado por um repórter do Bild em uma entrevista coletiva ao lado de seu homólogo alemão, Heiko Mass, em Teerã: “Por que os homossexuais são executados no Irã em função de sua orientação sexual?”

E reafirmou as políticas do país. “Nossa sociedade tem princípios morais. E nós vivemos de acordo com estes princípios. Estes princípios dizem respeito ao comportamento das pessoas em geral. E isto significa que a lei é respeitada e obedecida”, disse.

"Entre 2011 e 2018, 4.422 pessoas foram assassinadas por sua orientação sexual, o que dá 552 mortes por ano. Uma pessoa é vitimada pela homofobia a cada 16 horas no Brasil. Ou 16 vezes o número total de execuções no Irã no ano passado"

Em dez anos, de acordo com a Iran Human Rights, uma organização baseada na Noruega, 6 mil pessoas foram executadas no Irã. Em 2018, quase 70% das 273 execuções foram por assassinato e 8,4% por estupro –só no primeiro dia de 2020, oito homens foram enforcados por matar alguém. O Irã é o segundo país onde mais se executam pessoas no mundo, atrás apenas da China. Embora nos últimos anos as execuções em geral venham caindo, as de jovens infratores, condenadas na maior parte dos países, sobem: pelo menos seis menores infratores, foram executados em 2018, segundo a entidade, uma execução a mais do que no ano anterior. O relatório não informa nenhuma execução por homossexualidade.

Mesmo que se admita a possível maquiagem feita pelo governo iraniano nas razões para estes enforcamentos, os números se mostram ínfimos comparados aos feminicídios e assassinatos de homossexuais que ocorrem cotidianamente no Brasil. É nosso país que é um dos campeões mundiais em assassinatos de LGBTs, não o Irã. Entre 2011 e 2018, 4.422 pessoas foram assassinadas aqui por sua orientação sexual, o que dá 552 mortes por ano. Uma pessoa é vitimada pela homofobia a cada 16 horas no Brasil. Ou 16 vezes o número total de execuções no Irã no ano passado.

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Fonte: Socialista Morena

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