O ministro da Economia de Bolsonaro, Paulo Guedes, disse que
o governo pretende incluir os Correios nos planos de privatizações de estatais.
A ideia foi confirmada pelo próprio presidente de extrema-direita no twitter, desprezando o fato de a estatal ser superavitária: após prejuízos registrados entre 2103 e 2016, os Correiosregistraram lucro de 161 milhões de reais em 2018 e de 667,3 milhões de reais em 2017.
A ideia foi confirmada pelo próprio presidente de extrema-direita no twitter, desprezando o fato de a estatal ser superavitária: após prejuízos registrados entre 2103 e 2016, os Correiosregistraram lucro de 161 milhões de reais em 2018 e de 667,3 milhões de reais em 2017.
Demos OK para estudo da privatização dos Correios. Temos que rememorar para a população o seu fundo de pensão. A empresa foi o início do foco de corrupção com o mensalão, deflagrando o governo mais corrupto da história. Com o Foro de SP destruíram tudo nome da Pátria Bolivariana.— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 26 de abril de 2019
Se isso se confirmar, o Brasil será um dos poucos países do
mundo a ter um serviço postal privatizado. Detalhe: em nenhum dos países onde
isso aconteceu os correios viraram exemplo de sucesso. Pelo contrário, os
prazos de entrega continuaram os mesmos ou pioraram e os preços dos serviços
foram à estratosfera. Considerado o serviço postal melhor
avaliado do mundo, os Correios suíços são uma empresa pública.
Em agosto do ano passado, oWashington Post publicou
um artigoafirmando que o plano de Donald Trump de privatizar os
correios iria destruí-los. “Os correios estão na vida norte-americana desde
1775, quando o
Segundo Congresso Continental nomeou Benjamin Franklin como o primeiro carteiro
geral. Atualmente, o serviço postal dos EUA é a agência governamental mais
popular do país, com uma taxa de aprovação de quase 90%. Mas agora, o
presidente Trump está aparentemente empenhado em destruí-lo”, diz o texto.
Segundo a colunista Catrina Vanden
Heuvel, que assina o artigo, quem mais irá sofrer com a privatização, além dos
trabalhadores, serão as comunidades rurais. Atualmente, o serviço postal é
obrigado a atender todos os norte-americanos, o que não irá ocorrer com uma
empresa privada, que cortará postos de atendimento em locais remotos por não
serem lucrativos. Uma das ideias que ela defende em vez da privatização é a
criação de “bancos postais”, algo similar ao que já acontece no Brasil.
Na Alemanha, por exemplo, os correios
foram privatizados parcialmente no ano 2000 e totalmente em 2005. Embora o
modelo adotado seja citado pelos entusiastas das privatizações, os alemães
reclamam que os preços dos serviços postais ficaram incrivelmente altos e sobem
todo mês. Em janeiro, o jornal alemão Die Welt noticiou um
aumento de até 400% nas postagens para o usuário comum. 38 mil
postos de trabalho foram cortados.
Considerada a mais ambiciosa
privatização do Reino Unido desde as ferrovias, em 1997, a venda do Royal Mail
do Reino Unido, iniciada em 2013 e completada em 2015, cobra hoje um valor 60%
maior por um selo do que os correios dos Estados Unidos, que ainda permanecem
estatais. As
maiores queixas dos britânicos em relação aos correios
privatizados são sobre perdas de encomendas e cartas. Atrasos e danos nos
pacotes também são alvos frequentes de reclamações. 11
mil trabalhadores foram para a rua.
“Atualmente,
o serviço postal dos EUA é a agência governamental mais popular do país, com
uma taxa de aprovação de quase 90%. Mas agora, o presidente Trump está
aparentemente empenhado em destruí-lo.”
Um editorial da Nation lembrou que entre o Dia de Ação de
Graças e o fim do ano, os trabalhadores dos correios dos EUA despacham
aproximadamente 15 bilhões de cartas e 900 milhões de pacotes “com um nível de
eficiência que nunca seria recriado pelo setor privado”. Conclui a revista:
“Donald Trump teve um monte de ideias ruins em dois anos como presidente. Mas
esta é a pior”.
Os trabalhadores dos Correios dos EUA,
ao contrário dos daqui, estão
reagindo à privatização, e lançaram uma campanha em defesa do
serviço postal como entidade do Estado.
“Nossa mensagem ao público é bastante simples: ‘Serviço Postal
dos Estados Unidos –Conserve-o. Ele é seu!'”, disse o presidente do
Sindicato dos Trabalhadores nos Correios dos EUA, Mark Dimondstein, em um
comunicado. “Não venda esse tesouro nacional para interesses privados que irão
cobrar mais por menos serviço.” Eles planejam entregar a mensagem em 100
localidades ao redor do país. Além de rejeitar a privatização e alertar para a
subida dos preços com a privatização, os trabalhadores também querem acabar com
o mito de que os correios são mantidos por impostos.
Aqui no Brasil, os trabalhadores dos
Correios fizeram campanha para Bolsonaro.
Fonte: Socialista Morena00:00 - Funcionários dos Correios anunciam voto em Bolsonaro.
00:01 - O mito eleito pelos funcionários dos Correios anuncia estudos para PRIVATIZAR OS CORREIOS.
00:02 - Eu: Olá carteiros, tudo bem com vocês?
https://t.co/MJEfz3KN5d pic.twitter.com/yVrNhH0CF1
— Heliomar Souza (@Heliom_) 28 de abril de 2019
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