Agentes econômicos tentam, o tempo todo, prever o futuro. A função das projeções econômicas é traçar um cenário para minimizar riscos de investimentos. É por isso que grandes empresas têm departamentos próprios especializados em projetar o crescimento, a inflação, a variação do câmbio e outras variáveis econômicas de um país. É por isso que consultorias vendem esses serviços.
Há quase duas décadas o Banco Central recolhe semanalmente e armazena as projeções feitas por centenas de empresas, consultorias e instituições. O relatório Focus foi criado para que as expectativas dos agentes econômicos fossem divulgadas de maneira clara e transparente.
Relatório Focus
COMO É FEITO
As previsões são coletadas por uma interface na internet. Além de instituições financeiras, empresas e universidades também podem participar desde que tenham uma equipe especializada em projeções macroeconômicas. Atualmente, são cerca de 120 participantes. Para incentivar quem participa, o Banco Central divulga um ranking com as instituições que mais acertam. Fazer parte do "Top 5" dá prestígio no mercado e pode ajudar a atrair clientes.
COMO AS PROJEÇÕES VÃO MUDANDO
Quanto mais distante o futuro, mais difícil a projeção. Os dados dos primeiros relatórios de cada ano trazem palpites que anteveem os 12 meses seguintes. É comum que, ao longo do ano, as projeções comecem a convergir para o que vai ser o resultado correto dos índices. Isso porque, à medida que o tempo passa, começam a surgir novas evidências de como aquele índice está se comportando, portanto as previsões ao longo do ano vão ficando mais precisas.
De olho nos dados
Para 2019, de acordo com os analistas que depositaram suas projeções no primeiro relatório Focus do ano, o Brasil vai crescer entre 1,5% e 3,5%. O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) deve ficar entre 3,51% e 5,54% e o dólar no último dia do ano poderá ser comprado por entre R$ 3,80 e R$ 4,30.
Essas são as projeções mínimas e máximas recolhidas pelo Banco Central para o ano. Quanto mais incerto o cenário econômico, maior costuma ser a diferença entre os palpites dos agentes econômicos.
O Banco Central divulga também a mediana, a maneira mais precisa de se definir uma projeção geral. A mediana significa que, colocadas todas as projeções em ordem, escolhe-se o palpite do meio (levando em conta o número de palpites apresentados). Ou seja, quando se lista todas as projeções, escolhe-se um dado que tenha o mesmo número de palpites acima e abaixo. Esse método é utilizado porque, diferente da média, alivia o efeito de palpites extremados.
O Nexo analisou toda a série histórica das projeções de crescimento do PIB, inflação e dólar entre 2002 e 2018. Veja o índice de acerto dos economistas.
Fonte: Nexo Jornal
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