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quinta-feira, 21 de junho de 2012

Presidente do Sindemu cobra respeito e melhoria da qualidade de vida para os educadores


A Secretaria Municipal de Educação de Uberaba realizou, entre os dias 4 e 6 de junho, o 18º Congresso Regional de Educadores de Uberaba e do Triângulo Mineiro. O evento, que contou com a participação de educadores de toda a região, teve a presença, do presidente do Sindicato dos Educadores do Município de Uberaba (Sindemu), professor Adislau Leite da Silva. Confira o discurso proferido por ele na abertura do Congresso:
“Primeiramente, quero parabenizar o Departamento de FC pela organização deste evento e dizer do acompanhamento do trabalho do Departamento de FC na gestão da professora Renilda.
Caros educadores e educadoras, quero fazer hoje dois momentos de reflexão sobre dois temas importantíssimos: o exercício de cidadania dos profissionais da Educação e “a qualidade de vida dos profissionais da Educação: um desafio na contemporaneidade”.
Com relação ao primeiro tema, percebe-se que não exercemos esse sagrado direito por falta de conhecimento e, às vezes, de coragem. Um desses direitos, que também é um dever, é a filiação e participação ao seu sindicato - direito esse previsto na Constituição Federal de 1988.
Falta-nos conhecimento sobre legislações, com a LDB, Lei 392/2008, Lei 449/2011. O Sindicato está preparando um seminário sobre legislação. Espero que haja participação de todos.
Cobramos a participação da família, a leitura e interpretação do aluno E nós? Estamos dando exemplos práticos de nossas teorias? Muitos profissionais da Educação não sabem onde e como buscar seus direitos, e até pecam no cumprimento de deveres por falta de informações.
Para que o aluno exerça a cidadania ele tem que ver isso em seus professores. Não basta teoria, tem que existir a prática.
Com relação ao segundo tema, “Qualidade de vida dos profissionais da Educação: um desafio na contemporaneidade”, esse assunto é de suma importância para a categoria
Embora saibamos que os governantes desse país nunca pensaram nesse assunto – haja vista que o percentual de profissionais da Educação com problemas de saúde é o triplo dos demais trabalhadores – é chegada a hora, não só de debater, mas, principalmente, de exigir que respeitem a saúde dos trabalhadores em Educação.
Um exemplo desse descaso é que os trabalhadores do SUS recebem a vacina contra a gripe por trabalharem com muita gente. E os professores? Por acaso não lidamos com centenas e milhares de alunos e seus familiares o ano todo?
Observem, por exemplo, como trabalham os médicos, os juízes: um paciente por vez, um processo que leva meses e até anos para ser julgado. Tudo na maior tranquilidade, em relação às turbulências que nós enfrentamos no dia-a-dia.
É um verdadeiro emaranhado de exigências, muitas desnecessárias, apenas para fazer valer o poder: eu poço, está na lei, não importa a qualidade, o que vale é a quantidade.
É a pedagogia do terror para com o professor. Depois falam de qualidade da Educação. Quem não adoece com tudo isso? Quem se preocupa com a nossa qualidade de vida?
E pode acreditar, tem gente capaz de discordar e dizer que estou exagerando, que não é bem assim.
Eu sei da existência da infinidade de políticas públicas para o aluno. Mas para o professor, disfarça-se por traz da tão sonhada valorização que se resume apenas em capacitação.
Deu no Jornal da Manhã: “PMU vai investir mais 3,4 milhões em netbooks”. E os investimentos feitos em 2011, não foram suficientes?
Companheiras e companheiros, creio que o que vai se discutir nesse Congresso, servirá de suporte para nossa luta em prol da nossa saúde daqui para frente.
Mas não vamos nos iludir. Teremos que cobrar, exigir, no mínimo o direito à saúde. E direito à saúde não é simplesmente dizer que agora temos um Plano de Saúde. É garantir a integridade física, moral, psicológica, boas condições de trabalho e, principalmente, sem assédio moral.
Temos que buscar e garantir um salário digno capaz de prover não só o sustento, mas também a possibilidade de adquirir o remédio, quando necessário.
Prezados colegas, no dia 1º de junho, protocolamos junto ao Ministério Público do Trabalho, uma ação contra a Prefeitura de Uberaba reivindicando a aplicação do índice de reajuste de 22,22%, divulgado pelo MEC para janeiro/2012.
Se a prefeitura conceder 6% de reajuste, parcelado, ainda falta 16,22%. Em breve, entraremos com outra ação, desta vez para exigir o cumprimento de outro artigo da Lei 11.738/2008, que trata do direito de 1/3 da jornada de trabalho destinado a módulo, estudos e pesquisas. Vamos cobrar também, judicialmente, a diferença do valor do piso de 2010 a março/2011.
Se os administradores da prefeitura estivessem preocupados com a qualidade de vida dos Educadores seria necessário o Sindicato levá-los à justiça?
Muito obrigado!"
Fonte texto: Blog da CTB MG

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