O Brasil registra hoje (25) o dia com mais mortos pela covid-19 desde o início do surto, em março de 2020. Um ano após o primeiro infectado, o país vive seu pior momento. Também hoje foi superada a marca de 250 mil mortos, de acordo com o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass). Foram 1.541 óbitos no dia, totalizando 251.498 desde o início da pandemia do novo coronavírus.
Mortes em alta
A média de mortes está em curva com forte tendência de crescimento. Desde segunda-feira (22), a média de vítimas subiu mais de 10%. Hoje, o cálculo está em 1.149 mortes por dia, número superior ao pior momento do primeiro impacto da covid-19 no país, entre junho e setembro. Também há 30 dias essa média está acima de mil mortes por dia.
Em relação ao número de novos casos diários, igualmente há tendência de crescimento. Isso reafirma o descontrole na pandemia no Brasil desde o início do ano, apontada pelo Imperial College de Londres. No último período, o país registrou 65.998 novos casos. Desde março, são 10.390.461 infectados, sem considerar a subnotificação. O Brasil é o segundo país com mais mortes no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, e o terceiro em número de infectados, atrás dos norte-americanos e da Índia.
Colapso na saúde
O pior momento do surto de covid-19 no Brasil está evidenciado no colapso do sistema de saúde de várias cidades. Em São Paulo, as cidades de Araraquara e região vivem o esgotamento de leitos. O estado também registra recordes diários de internados em UTIs. Na Bahia, o governo anunciou medidas rígidas de isolamento com a proximidade da falta de leitos. O cenário se repete por todo o país. Manaus, assim como na primeira onda, antecedeu a tragédia em nível nacional, entrando em colapso já em janeiro.
Em Santa Catarina, a taxa de ocupação das UTIs ultrapassa os 90% em grande parte do estado que, na média, tem 84% de esgotamento. No Paraná e Rio Grande do Sul, situações semelhantes, com as capitais dos respectivos estados com menos de 10% de oferta de leitos. A situação é trágica em todo o Brasil. O Nordeste ainda segue com surto mais controlado, mas as curvas epidemiológicas ascendentes começam a ameaçar a estabilidade local.
Santa Catarina com região em colapso do sistema de saúde. Tx ocupação de UTI adulto hoje no final da manhã em SC 84%. Reflexo das aglomerações do final do ano, flexibilizações, falta de fiscalização e provavelmente a presença de novas variantes em SC.@obscovid19br @UFSC@Apufsc pic.twitter.com/bRa4ZNwcuj
— Alexandra Boing (@AlexandraBoing) February 16, 2021
Brasil na contramão
O Brasil está na contramão do mundo em relação à disseminação da covid-19. A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou ontem que a média global de infectados e mortos pelo coronavírus caiu pela sexta semana consecutiva. O país sul-americano é uma das poucas exceções dentro dessa tendência. Na última semana, os casos de covid-19 caíram 11% e as mortes, 20%, mas dos 66 mil óbitos registrados em todo o mundo, 7.445 foram no Brasil.
Simples assim. pic.twitter.com/irQqfuVynx
— Marcio S Bittencourt (@MBittencourtMD) February 2, 2021
Vacinas salvam
Outro país que vê a curva de mortalidade reduzir e o surto de covid-19 ser controlado é Israel. Lá, já foram vacinados com uma dose, mais de 90% da população. E com duas doses, de forma definitiva, mais da metade dos cidadãos. O Reino Unido também tem alcance amplo no processo de vacinação a partir do sistema público de saúde local, o NHS (National Health Service). E se aproxima de 30% da população imunizada.
Em alta velocidade também estão os Estados Unidos. Desde o início do ano – após a saída de Donald Trump da presidência – os norte-americanos reduziram o contágio em mais de 70%. E seguem em ritmo acelerado. Mais de 66 milhões de pessoas receberam alguma dose da vacina, maior número absoluto do mundo. E 20% da população já recebeu pelo menos uma dose de vacina. Os imunizados somam 14%.
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