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quinta-feira, 3 de setembro de 2020

Acidez de oceanos enfraquece "cola" que sustenta corais do mundo todo

Análise fóssil mostra que, quanto menor o pH dos oceanos, mais fina e fraca se torna a estrutura que mantém formações como a Grande Barreira de Corais, na Austrália

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A "cola" que mantém os corais unidos nas regiões tropicais estão se tornando mais fracas e finas, segundo geocientistas da Universidade de Sydney, na Austrália. Em um estudo, publicado na edição de novembro da Marine Geology, os pesquisadores explicam que o fenômeno é resultado da acidificação dos oceanos resultante do aumento do dióxido de carbono na água.

Essa "cola" é composta por depósitos calcificados de micróbios que vivem em formações de recife em todo o mundo. Conhecidas como microbialitas, essas estruturas desempenham um papel importante em muitos tipos de sistemas aquáticos, incluindo a Grande Barreira de Corais australiana.

Isso porque, como explicam os cientistas, as crostas de microbialita são formadas de bactérias redutoras de sulfato que estabilizam e ligam a estrutura do recife, formando uma espécie de "andaime" que serve de apoio para os corais. No passado, embora variassem ao longo do tempo, essas estruturas eram mais abundantes do que são hoje — e por isso os cientistas resolveram estudar o fenômeno. 

Para isso, a equipe recolheu e analisou amostras de registro fóssil da Grande Barreira de Corais para compreender como ela mudou ao longo do tempo. Os especialistas perceberam que, nos últimos 30 mil anos, as variações na espessura da microbialita estiveram relacionadas com o pH da água: quanto mais baixo (ácido), mais fracas eram as estruturas.

"Pela primeira vez, mostramos de forma abrangente que a espessura dessa 'cola de recife' geológica se correlaciona com mudanças no pH do oceano e [por conta do] dióxido de carbono dissolvido [na água]", explicou Zsanett Szilagyi, líder do estudo, em comunicado.

Os pesquisadores também compararam uma análise tridimensional abrangente das amostras a varreduras bidimensionais da espessura das estruturas da Grande Barreira de Corais. Com um baixo índice de erros, os cientistas descobriram que a técnica poderia ser utilizada para estimar as variações da microbialita não apenas na Austrália, mas em todo o mundo.

Fonte: Revista Galileu

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