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segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Delegado muda de sexo e pode assumir Delegacia da Mulher

Após mudar sexo, delegada pode assumir cargo na Delegacia da Mulher. Antes da operação, Laura de Castro, 33 anos, atuou no cargo de delegado em municípios próximos a Goiânia, Trindade e Senador Canedo.


Delegada postou foto no Facebook em 13 de dezembro. Antes da operação, Laura de Castro, 33 anos, atuou no cargo de delegado em municípios próximos a Goiânia (Reprodução)
A Polícia Civil de Goiás confirmou nesta quinta-feira que a delegada Laura de Castro Teixeira, que passou recentemente por uma cirurgia de mudança de sexo, mostrou interesse de atuar na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), em Goiânia, após retornar de licença médica. Segundo o delegado adjunto Daniel Felipe Adorni, da Diretoria da Polícia Civil de Goiás após remanejamento de pessoal, há vagas no plantão da delegacia da Mulher. A delegada, que conseguiu na Justiça mudar seu nome de Thiago para Laura, pediu a licença há poucos meses, para se submeter ao procedimento. A Polícia Civil, porém não informou a data exata da operação.
O delegado desmentiu, porém, que Laura seria efetivada como delegada titular, como chegou a ser divulgado na imprensa. “Essa informação é errônea, a nossa titular é a delegada Ana Elisa (Gomes), uma servidora excepcional, e que também quer contar com a doutora Laura na sua equipe”, disse. “Estamos oferecendo vagas a vários servidores, dentre eles a doutora Laura. Ela manifestou interesse de ir para o plantão e assim que ela tiver condições – ela está resolvendo problemas burocráticos – nós poderemos contar com esta servidora na Deam”, disse.
Segundo o delegado, as mudanças de sexo e de nome da delegada não alteram seu vínculo com a Polícia Civil. “A mudança é de foro de registro civil, isso é determinado por lei. Ela já entrou com os trâmites. Para nós, ela é uma delegada constituída, uma servidora que teve na Polícia Civil uma vida de honradez, lisura, competência. A gente acredita quer não há nenhum motivo que vá mudar essa situação a partir de agora”, afirmou, assegurando que a polícia goiana vê o caso e sua repercussão com “naturalidade”. “Isso para nós não é problema. A gente entende isso como um ato de coragem. Para nós da Polícia Civil, problema é policial corrupto, truculento, omisso”, declarou.
Antes da operação, Laura de Castro, 33 anos, atuou no cargo de delegado em municípios próximos a Goiânia, Trindade e Senador Canedo. Era discreta, usava roupas masculinas. Por isso, com a divulgação do assunto em um jornal local em Goiânia, a mudança pegou muitos colegas de surpresa. Na assessoria de imprensa da Polícia Civil, a informação é de que a delegada ainda se recupera da cirurgia e está avaliando se falará publicamente sobre a mudança em sua vida pessoal.
“Há pouco mais de um ano a doutora Laura informou o chefe imediato. Ela foi absolutamente transparente”, disse o delegado, revelando como a Polícia Civil soube o processo que culminou na mudança de sexo da delegada. “A administração entendeu a sua situação, nós oferecemos o serviço de psicologia e assistência social da polícia para ela tratar desta questão com a família e com ela mesma”, afirmou, reafirmando que a instituição acompanhou tudo, informada pela própria delegada da evolução de seu tratamento. “A todo o momento a gente se manifestou em apoio a essa decisão de caráter absolutamente pessoal, de foro íntimo da servidora.”
Laura, porém, já se transformou – pelo ineditismo do seu caso – em exemplo de luta contra o preconceito. Chyntia Barcellos, vice-presidente da Comissão Especial da Diversidade Sexual do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e presidente da Comissão de Direito Homoafetivo da Seção de Goiás da OAB, vê motivos para se comemorar a novidade na Polícia Civil. “Sinto uma alegria imensa de poder presenciar esses avanços, especialmente por ser na minha cidade, Goiânia, e em um momento em que notícias e mortes homofóbicas têm se sobressaído”, disse.
A advogada lembra que a mudança de sexo não afeta a situação jurídica de Laura e, por isso, a delegada poderá continuar com o cargo na Polícia Civil. “O que muda é o comportamento da sociedade em relação ao caso. Acredito que essa história incrível servirá de exemplo para outras pessoas que têm o mesmo desejo, mas preferem não mudar de sexo por convenções sociais.”
Na internet, entidades de defesa dos direitos gays se manifestaram também. Liorcino Mendes, presidente da Articulação Brasileira de Gays (Artgay), disse que o movimento LGBT de Goiás fica feliz com a notícia e vê um avanço importante no caso da delegada Laura. “Parabéns, Goiânia tem a primeira delegada de Polícia Transexual do Brasil. Viva as mulheres transexuais”, publicou na sua página do Facebook.
Fonte: Pragmatismo Político

Os ecos de Dilma em Davos


Os ecos de Davos foram plenamente favoráveis à presidente Dilma Rousseff. No World Economic Forum, o mais importante evento do capitalismo mundial, sua fala recebeu elogios gerais, conforme a cobertura dos jornais brasileiros.
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Há um sem-número de críticas quanto à forma do governo, às vulnerabilidades da política econômica, à insuficiência dos gestores. Critica-se a contabilidade criativa, a forma como foram distribuídos subsídios, as idas e vindas dos leilões de concessão.
Embora sejam críticas consistentes, elas se referem ao periférico. É evidente que, com Ministros mais eficientes, com visão técnica mais apurada, com maior abertura na discussão de políticas públicas, o caminho seria mais fácil. Mas não é o essencial. No máximo, provocam algum atraso no deslanche da economia.
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O essencial foi dito por Dilma nos seus dois discursos: o compromisso com a responsabilidade fiscal, com o controle da inflação, com o câmbio flutuante e com os investimentos privados em áreas cruciais, como da infraestrutura. E, claro, com a construção de um país de classe média, sem a pobreza aviltante que o marcou historicamente.
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Os discursos de Aécio Neves e Eduardo Campos trazem poucas variações em torno do mesmo tema. Os pontos em comum trazem mais informações sobre o futuro do país do que eventuais pontos de discordância: significa o alinhamento em torno de princípios consolidados.
Significa o país caminhando para um modelo similar ao europeu: um partido de centro-esquerda, nos moldes trabalhistas; outro de centro-direita, mais liberal; partidos menores ocupando o espaço da extrema esquerda e da extrema direita, mas sem comprometer a polarização.
Nem se pense que o PSDB tenha lugar cativo na centro-direita. Se não se sair bem nas próximas eleições, esse espaço poderá ser ocupado pelo PSB de Campos.
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O importante é que se consolidaram os princípios centrais desse modelo brasileiro.
  1. Capitalismo social, com foco nas políticas de inclusão social e de combate à miséria.
  2. Fortalecimento de um setor produtivo privado, especialmente com os programas de concessão e do pré-sal, redução de juros e melhoria do câmbio. Há muitos furos nessa caminhada, especialmente a forma como o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) de Luciano Coutinho tratou os tais “campeões nacionais”. Mas são exageros corrigíveis.
  3. Democracia participativa. Houve um recuo no governo Dilma, com as decisões de gabinete. Mas as próprias manifestações de junho passada indicam a irreversibilidade da construção de políticas públicas coletivas, retomando o espírito da Constituição de 1988.
  4. Ênfase em investimento, inovação e educação
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Há muitos ajustes a se fazer. Tem-se um ambiente econômico anti-empreendedorismo, um Banco Central que recuou na caminhada anterior, de romper com dogmas de mercados e contas externas pouco favoráveis. E há um rombo preocupante nas contas externas. 
Mas são problemas que a própria dinâmica da democracia brasileira tratará se acertar.
O maior desafio foram as eleições de 2010. O exorcismo de José Serra foi o desafio final para a consolidação desse modelo. Tivesse sido eleito, a economia teria parado e Serra estaria buscando os álibis nos inimigos externos. E 25 anos de construção democrática teriam ido para o fundo.
Fonte: Luís Nassif Online

A PM de São Paulo e os Black Blocs falam a mesma língua da ditadura

Eu já escrevi antes sobre isso, no sábado, antes mesmo de saber dos conflitos que ocorreram no final da noite, quando os grupos “black blocs”, a Polícia de São Paulo e os espectadores dos shows de aniversário da cidade se envolveram em episódios de violência.
E, infelizmente, tudo o que aconteceu está em linha com o que eu dissera, o que sinceramente gostaria de que não acontecesse.
O fato é que, as imagens – tanto da depredação promovida pelos blocs, quanto da ação da PM na invasão de um hotel atirando balas de borracha sobre pessoas dominadas e as do espancamento de um suposto bloc por espectadores de um show de música – são assustadoras, ainda mais além que os ferimentos em pessoas e os quebra-quebras.
Mostram que estamos chegando a um ponto de comprometer a liberdade de manifestação que tantos nos custou conquistar mas que, agora, serve para que se ouça, como gritou o grupelho que desfilou pela orla do Rio, que “não vai ter copa nem eleição“.
A foto de capa  (já retirada, mas que pode ser vista aqui) do facebook dos black bloc paulistas não esconde o que pretendem.
Quem está apostando na desordem, no conflito e no forjar de uma crise?
Uma aposta que se expressa tanto na preparação do confronto, criminosa e violenta – e diante da qual Polícia e Justiça permanecem inertes – quanto na sua execução, que frequentemente começa na reação da Polícia às provocações e agressões com xingamentos e pedradas.
E que, da polícia paulista, recebe todo o combustível para causar o que se pretende: medo e comoção sociais.
As manifestações anticopa, que a democracia pode absorver, são raquíticas e restritas.
A única importância política que têm é fornecer, para policiais e black blocs, o cenário para sua selvageria.
Cuja exibição, nauseante, está fazendo com que se propague para todos aqueles que estão na rua, em principio pacificamente, seja para participar daqueles atos ou, simplesmente, para o lazer e as atividades nos espaços públicos.
Se existem medidas enérgicas a serem tomadas, estas não são subir o grau de repressão física a estes grupos.
Está claro que existem núcleos de incitação à violência organizados e está claro que há, sobretudo na polícia paulista, um ânimo à tratar com a mesma brutalidade a repressão às ações destes provocadores.
Já temos feridos, mutilados e, agora, um homem em estado de coma.
O Ministério Público e a Justiça, porém, não parecem ter nenhum tipo de ação orgânica contra estes grupos, que partiram e vão partir para atos mais violentos ainda, se e quando – e não há dúvidas de que haverá – existir qualquer manifestação, e até mesmo shows e outras reuniões pacíficas.

O episódio do espancamento do suposto black bloc no show mostra como tudo está tornando fácil a brutalidade como forma de expressão.
Manifestação virou sinônimo de  confrontos e agressões.
Que a polícia e a mídia , pressurosamente, se encarregarão de transformar em conflitos generalizados.
Responsabilizar judicialmente os que planejam e executam estas ações, longe de ser um ato antidemocrático é a única forma de preservar para a sociedade o que tanto lhe custou recuperar: o direito de se manifestar nas ruas, contra ou a favor.
Mas a direita preserva estes grupos e tanto é assim que as manifestações coxinhas os acolhem fraternalmente em suas manifestações “pacíficas”, mesmo sabendo que, dali a alguns quarteirões, eles partirão para os atos violentos.
A oposição, há um ano, transformou a Copa em disputa eleitoral. Seu fracasso ou, no mínimo, os confrontos de rua generalizados durante sua preparação e realização são sua única esperança eleitoral.
Não é preciso entender mais que isso para saber quem vem cuidando de providenciar gasolina para os coquetéis molotov dos black blocs.
Fonte: O Tijolaço

Celac reforça integração regional

Simón Bolivar, se vivo, estaria exultante com a próxima Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), que acontece em Havana (Cuba) nos dias 28 e 29 de janeiro. Os historiadores atribuem ao herói libertador as primeiras palavras sobre a necessidade da integração regional. Isto porque, há quase 200 anos, ele redigiu a Carta da Jamaica, um dos textos mais antigos que faz alusão à unidade do que, na época, chamava-se América Meridional.

Hoje, a Celac é o maior mecanismo regional de diálogo e consulta política da região, dedicado a fortalecer os vínculos de consolidação da soberania e a integração dos povos latino-americanos. É constituída por 33 países da América Latina e Caribe que somam cerca de 600 milhões de habitantes.

Hugo Chávez, quando impulsionou a criação desse organismo intergovernamental e, posteriormente, quando participou de sua fundação em Caracas (Venezuela), no dia 3 de dezembro de 2011, não só materializou o sonho de seu compatriota Bolívar, mas fez valer a luta de outros líderes históricos da região, como Francisco de Miranda e o cubano José Martí, que pregava a construção da Pátria Grande.

A 2ª Cúpula da Celac tem como responsabilidade encontrar o consenso em meio a tantas nações distintas para que a região possa seguir avançando nos temas de desenvolvimento social, educação, saúde, meio ambiente e economia. Como disse Chávez, durante a cerimônia de criação do grupo, “uma das grandezas da Celac é que apesar das diferenças, aqui estamos para debater e definir o rumo da verdadeira integração e solucionar nossos graves problemas”.

A Celac representa, portanto, a vontade política e a persistência dos líderes latino-americanos, que buscam constituir um espaço de intercâmbio. Nenhum outro organismo reuniu tantos países, o que pode ser visto como fruto do empenho das forças progressistas que governam a região e buscam conseguir mais autonomia. 

Diante de um cenário no qual a interdependência mundial e o capitalismo desafiam o valor comunitário, a Celac mostra que um continente deve lutar unido contra as injustiças de um modelo civilizatório em decadência. Por isso, o bloco é uma “ameaça” àqueles que por tanto tempo dominaram a região com suas políticas intervencionistas e de exploração, como é o caso dos Estados Unidos, considerado o maior inimigo do processo de integração.

Não é novidade que Washington pressionou alguns governos latino-americanos para não participarem na reunião em Cuba, com o objetivo de minimizar a importância da 2ª Cúpula da Celac. No entanto, as mudanças que estão em curso na região indicam que é difícil que haja um retrocesso no processo de integração. 

As tentativas de isolar Cuba fracassaram. O país caribenho preside a Celac e é o anfitrião do encontro, o que é uma prova definitiva do restabelecimento das relações com todas as nações da região. É importante lembrar que o governo da ilha foi o primeiro a incluir em sua Constituição o objetivo da integração. Também foi ideia dos cubanos declarar a América Latina como “zona de paz”, o que deve ser aprovado durante a Cúpula.

A 2ª Cúpula da Celac deve receber ainda o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza. É a primeira vez que uma autoridade dessa entidade visita Cuba depois de sua expulsão do organismo em 1962. Apesar da expectativa sobre a presença de Insulza, os representantes cubanos reiteraram que não há nenhuma possibilidade de que o país volte a integrar a OEA.

Já neste fim de semana estão sendo realizadas reuniões com coordenadores nacionais e, na segunda-feira (27), há um encontro de chanceleres. O que se espera para a concretização definitiva das aspirações daqueles que idealizaram a Nossa América é que, nos próximos dias, nossos novos líderes tenham sabedoria para conduzir acordos políticos a fim de realizar ações comuns em prol dos povos latino-americanos.

Fonte: Blog do Miro

Lewandowski vai abrir segredo de Barbosa: inquérito desmente Mensalão


Entre hoje e amanhã, o presidente interino do STF (Supremo Tribunal Federal) Ricardo Lewandowski tornará publico o Inquérito 2474, o chamado “gavetão”, o mais bem guardado segredo do Ministro Joaquim Barbosa.
O “gavetão” é a peça originária do Inquérito 2245, que resultou no “mensalão”. Na ocasião, o relator Joaquim Barbosa cindiu o inquérito 2245 e as partes não aproveitadas se transformaram no inquérito 2474, aberto em março de 2007, que ele manteve sob segredo de Justiça.
Apesar de garantir que não haveria mais “gavetas” no STF, Joaquim Barbosa recusou-se a divulgar o conteúdo do inquérito.
Em 2011 deferiu pedido formulado pela defesa de Daniel Dantas, abrindo apenas a ele o inquérito (http://tinyurl.com/kgnobew). Mas negou a dois condenados do “mensalão” alegando que não teria nenhuma relação com a AP 470. No entanto, soube-se que laudos da Polícia Federal, que atestariam a participação de Daniel Dantas no financiamento de Marcos Valério, foram encaminhados para o Inquérito 2474, e não para o 2245. Assim como laudos que atestavam a aplicação dos recursos da Visanet em campanhas promocionais.
Ao dar publicidade ao Inquérito, Lewandowski permitirá que não apenas Dantas, mas todos os interessados possam conhecer seu conteúdo.
Há suspeita de que, ao excluir as contribuições de Dantas, atestadas por laudos da Polícia Federal, a PGR teria encontrado dificuldades em justificar o montante movimentado por Valério. Daí a razão de ter tratado como desvio os R$ 73 milhões da Visanet, ignorando laudos técnicos que atestavam a aplicação dos recursos em campanhas.
O PGR Antônio Fernando de Souza se fixou em um parágrafo do relatório de auditoria inicial do Banco do Brasil:
“A inexistência, no âmbito do Banco do Brasil, de formalização de instrumento, ajuste ou equivalente para disciplinar as destinações dadas aos recursos adiantados às agências de publicidade dificulta a obtenção de convicção de que tais recursos tenham sido utilizados exclusivamente na execução de ações de incentivo ao abrigo do Fundo”.
O relatório não nega a aplicação dos recursos. Apenas – dada a fragilidade dos relatórios – informava não ser possível assegurar que “foram utilizados exclusivamente nas ações de incentivo ao abrigo do fundo”.
O PGR Souza ignorou o “exclusivamente” e entendeu que o relatório atestava que a totalidade das verbas publicitárias da Visanet haviam sido desviadas. Posteriormente, aposentou-se e passou a trabalhar em um escritório de advocacia agraciado com um contrato gigante com a Brasil Telecom.
A divulgação do 2474 poderá ser de boa valia para Barbosa esvaziar boatos de que seu filho teria sido contratado por uma das empresas beneficiadas com recursos da Visanet, e cujo caso foi transferido para o “gavetão”. Ou de que o Banco Rural teria feito com a TV Globo operações semelhantes às que fechou com o PT.
Fonte: Blog O Escrevinhador

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Oposição incita protestos violentos contra o governo da Ucrânia

Confrontos entre manifestantes e policiais em Kiev, na Ucrânia, nesta quarta-feira (22), voltaram a colocar os protestos naquele país sob o foco da mídia internacional. Líderes da oposição ao governo foram citados pela emissora Russia Today, nesta quinta (23) ameaçando o governo de que “partirão para ofensiva” caso suas exigências não sejam cumpridas, com ações violentas cujas imagens têm causado alarme.


Reuters
Yulia Tymoshenko e Arseniy Yatsenyuk da oposição na Ucrânia
Yulia Tymoshenko, líder do Partido da Pátria, o maior da oposição na Ucrânia, e seu colega, então ministro das Relações Exteriores, Arseniy Yatsenyuk, no Parlamento ucraniano, em 2007.
Os manifestantes continuam mobilizados no centro de Kiev, causando tensões e mantendo ações violentas. “Amanhã, se o presidente não responder (...), vamos partir para a ofensiva”, disse Vitaly Klitscheko, um dos líderes nos protestos, em um discurso para milhares de ucranianos na Praça da Independência.

Ainda em 2013, as manifestações violentas eclodiram quando o presidente da Ucrânia, Victor Yanukovich, decidiu suspender a assinatura de um acordo que levaria à adesão do país à União Europeia.

A situação econômica e social de diversos países do bloco, devastadas pela recessão e pelas medidas de arrocho impostas pelos credores regionais e internacionais, têm preocupado o mundo, mas a oposição ao governo de Yanukovich ficou revoltada com a sua decisão e iniciou uma série de protestos que têm sido avaliados como uma tentativa de golpe.

Ainda assim, depois de uma reunião de três horas entre o presidente e os líderes da oposição, os manifestantes disseram que não tinham recebido qualquer resposta positiva às suas exigências, que foi expandida para incluir a suspensão das leis anti-rebelião, a demissão do governo e a antecipação das eleições.

Yanukovich ofereceu a continuidade das conversações sobre as leis no dia seguinte, ou seja, nesta quinta (23), de acordo com Arseniy Yatsenyuk, liderança no maior partido de oposição na Ucrânia, o Partido da Pátria, da direita conservadora-liberal, que defende a adesão à UE. 

A líder do partido é a ex-premiê Yulia Tymoshenko, que tem um histórico de má gestão, corrupção e abuso de poder, pelo que foi julgada e condenada a sete anos de prisão. A UE havia alegado uma motivação política no julgamento da ex-premiê e, por isso, suspendido o processo de assinatura de acordos econômicos e comerciais. 

As negociações para o Acordo de Adesão à UE e do Acordo de Livre-Comércio Abrangente e Sustentável tinham sido retomadas, entretanto, mas o governo ucraniano resolveu suspender o processo, sobretudo devido às exigênciais tradicionais de reformas neoliberais impostas como condicionantes. 

Em alternativa, a adesão à União Aduaneira entre Rússia, Cazaquistão e Bielorrússia foi avançada, o que levou a Europa e os EUA a alegarem que a pressão russa havia impedido a adesão da Ucrânia ao bloco europeu, o que já foi negado pelos governos envolvidos.

Apesar disso, a oposição ainda está convocando os manifestantes a continuarem na praça e para prepararem-se para uma possível “ofensiva da polícia”. Yatsenyuk disse a um grande grupo: “Precisamos fazer tudo o que pudermos para impedi-los de expulsar-nos,” de acordo com a Russia Today.

Protestos violentos e confrontos midiáticos


De acordo com a emissora russa, diversos manifestantes continuam ocupando as ruas ao redor do Parlamento, queimando pneus, quebrando lojas e outras construções e formando barricadas.

     Foto: RIA Novosti / Andrey Stenin
  

A polícia passou toda a noite mantendo sua posição, tentando apagar incêndios com canhões de água. Depois de quatro dias de protestos, o centro da capital ucraniana continua parecendo uma zona de guerra, com fumaça, barricadas e escombros.

O ex-presidente ucraniano Leonid Kravchuk disse reconhecer e agradecer a paciência dos oficiais de polícia enquanto confrontavam os manifestantes em uma das ruas ocupadas, Grushevskogo.
“Eles estão atravessando um desafio enorme: apanhando, sendo alvos de pedras e misturas inflamáveis, mas eles permanecem lá e aguentam. Não são muitos os países que têm tropas que tolerariam tal tratamento em uma situação similar.”

Os confrontos de quarta entre os manifestantes e a polícia foram intensificados durante a tarde depois de as tropas de choque terem expulsado vários rebeldes da rua Grushevskogo.

Filmagens da capital ucraniana mostraram centenas de policiais usando gás lacrimogênio, balas de borracha e outras bombas de efeito moral que produzem clarões e barulhos alto (chamadas “flashbang”), no que foi considerada a maior ação de dispersão desde o último episódio, com a ênfase sobre a repressão violenta de alguns policiais.

Manifestantes responderam com um ataque intenso com pedras e coquetéis Molotov, impedindo o avanço da polícia por um breve período, inclusive com a vantagem provocada pela fumaça dos pneus queimando.

As informações avançadas pela mídia internacional têm divergido sobre o número de mortos nos confrontos, com estimativas entre dois e quatro manifestantes vitimados nos últimos quatro dias de protestos. Ainda assim, são as primeiras vítimas fatais dos embates, enquanto 200 pessoas ficaram feridas, de acordo com aRussia Today.

Outras imagens também mostraram manifestantes com paus e chamas atacando policiais que formavam um cordão de segurança à volta de edifícios do governo. Além disso, muitos lançavam pedras, entulhos e coquetéis Molotov diretamente contra os policiais.

O Ministério de Assuntos Internos publicou um vídeo mostrando um grupo de policiais sendo atacados repentinamente, desde trás de uma cerca, na segunda-feira (20). Bombas com gasolina foram lançadas no meio dos cordões, incendiando os uniformes dos policiais, dos quais alguns também foram vistos atirando de volta os coquetéis Molotov lançados pelos manifestantes.

Na quarta-feira, o primeiro-ministro Nikolay Azarov disse que a polícia não recebeu instruções adicionais sobre o uso da força contra os envolvidos nos protestos. Os procedimentos em vigor incluem a garantia de uso mínimo da força, apenas nos casos dos manifestantes mais violentos.

“As instruções dadas aos oficiais foram simples: evitem o uso da força contra manifestantes pacíficos e impeçam a tomada violenta dos prédios e instituições do governo,” disse Azarov em entrevista à emissora britânica BBC.

Fonte: Portal Vermelho

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Mulheres fazem 'Toplessaço' surpresa contra machismo


Toplessaço' surpresa reuniu mulheres contra o machismo em Vila Velha e gerou polêmica

Um ‘toplessaço’ movimentou a praia de Itapoã, em Vila Velha, na última segunda-feira. Sem anunciar na internet, como foi feito no primeiro encontro, o grupo de 15 mulheres foi à praia e ficou sem a parte de cima do biquíni. Segundo a organização, o protesto foi contra o machismo e a expectativa é que as pessoas encarem o manifesto como algo normal.
A escritora Tayana Dantas é uma das organizadoras e disse que o topless vai acontecer frequentemente a partir de agora. “Se o homem tem o direito de escolher estar com ou sem camisa, também podemos. Precisamos naturalizar essa prática”, comentou Tayana, que também organizou o toplessaço na Ilha do Boi, em Vitória, no dia 28 de dezembro de 2013.
Tayana ainda disse que, há alguns dias, só vai à praia de topless. “Isso tem que se tornar natural. As pessoas têm que se acostumar”, disse.
Em nota, a Polícia Militar informou que foi ao local e caracterizou o ato como “importunação ofensiva ao pudor”. Ninguém foi detido.
Fonte: Pragmatismo Político

Servidores públicos federais vão à luta por seus direitos

Os servidores públicos federais também elegeram a quarta-feira (22) o Dia Nacional de Luta para mobilizar os trabalhadores nos estados e assim negociar com o governo com mais força. “A CTB defende que o governo sente-se à mesa para negociar com os servidores e dessa maneira não deixar a população desassistida em relação aos serviços públicos federais”, assinala João Paulo Ribeiro, o JP, secretário do Serviço Público e dos Trabalhadores Públicos da CTB, responsável pela Coordenação de Organização Sindical da Fasubra e dirigente para Assuntos Legislativos da CSTB. 
Ele explica ainda que a pressa dos trabalhadores reside na legislação eleitoral que impede concessão de aumentos salariais reais depois de abril, caso de 2014. “Depois de abril só pode repor a inflação do período, nada a mais”, defende o dirigente cetebista.
Já no dia 5 de fevereiro ocorrerá em Brasília o lançamento nacional da Campanha Salarial da categoria com grande ato público. “Com o lançamento da Campanha Salarial dos servidores públicos federais em Brasília, iremos solicitar uma reunião com a ministra do Planejamento Miriam Belchior e ainda protocolar nossas reivindicações na Casa Civil e no próprio Ministério do Planejamento”, assegura JP. "Porque 2014 além de ano eleitoral ainda conta com a reslização da Copa do Mundo", preconiza o sindicalista. “Uma das principais reivindicações dos servidores refere-se à antecipação do acordo firmado em 2012 que dividiu nosso reajuste de 15,8% em três parcelas, a última seria para o ano que vem, mas a inflação já corroeu nossos vencimentos", explica.
“Mesmo reconhecendo os avanços dos governos Lula e Dilma, os servidores públicos federais têm que se mobilizar para conquistar avanços nos seus direitos e melhorar as condições de trabalho e salariais para melhor atender a população”, reforça JP. Ele também reclama do processo de terceirização no serviço público.
Fonte: Portal CTB

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

2014 deve ser um bom ano?



O fato de a economia melhorar não contradiz a análise keynesiana

Há um otimismo alarmante sobre as perspectivas econômicas dos Estados Unidos para 2014. Deixem-me tornar a situação ainda mais alarmante, dizendo que eu compartilho esse otimismo. Por quê? Por causa do efeito Três Patetas: se você esteve batendo a cabeça na parede sem um bom motivo, se sentirá muito melhor quando parar.
A economia americana em 2013 tentou começar uma forte recuperação, mas foi contida pela péssima política fiscal federal. A habitação se recuperava; se as políticas de austeridade estaduais e locais não recuaram, pelo menos não se intensificaram; e os gastos das famílias começavam a se reanimar, enquanto os níveis de dívida caíam. Mas os federais aumentavam o imposto sobre a folha de pagamento, com corte de gastos via sequestro e mais.
Incidentalmente, por esses fatores, eu não levo a sério as alegações dos monetaristas de que o fracasso do crescimento em 2013 de certa forma mostrou que a política fiscal não importa. A austeridade nos EUA, embora seja algo ruim, não foi nem de longe tão intensa quanto a que aconteceu no sul da Europa. Foi suficientemente contida para que pudesse ser, e foi, mais ou menos compensada por outros desenvolvimentos ao longo de um único ano.
A questão é que a bateção de cabeça está prestes a parar porque não vamos continuar a nos mover na direção errada. Enquanto isso, o mercado habitacional continua avançando e outras coisas são relativamente favoráveis.
Nada justifica os diversos anos de recuperação lenta que deveria ter sido vigorosa. Esse tipo de previsão é muito menos confiável do que minhas previsões de que a inflação e as taxas de juro continuariam baixas nos EUA, enquanto continuássemos presos em uma armadilha de liquidez, que se baseava em modelos de fundamentos. Ainda assim, o ano começa com boas profecias.
Um breve adendo: se 2014 for um ano de crescimento relativamente bom, muitos considerarão isso uma refutação do keynesianismo – “Ei, caras! Vocês não previram que a economia nunca se recuperaria sem estímulo fiscal?” – Não, não previmos.
Como escrevi em 2009: “A longo prazo, teremos uma recuperação econômica espontânea, mesmo que todas as atuais iniciativas políticas falhem. Por outro lado, a longo prazo...” O fato de que as coisas eventualmente melhorem não é uma refutação da análise keynesiana nem motivo para desculpar ou desprezar os vastos custos humanos e econômicos das más políticas até agora, assim como não justifica as políticas de austeridade na Grã-Bretanha.
Queria falar sobre o 50º aniversário da Guerra à Pobreza do presidente Lyndon Johnson. Por volta de 1980, segundo o Centro para Orçamento e Prioridades Políticas, houve consenso de que ela falhara. Mas, como o CBPP concluiu em um artigo deste mês, isso não se sustenta quando se fazem os cálculos direito: as medidas contra a pobreza com a ajuda do governo mostram um declínio significativo desde os anos 60. Há mais miséria nos EUA do que deveria, mas menos do que havia.
Mesmo assim, o progresso foi decepcionante. Nesta altura da discussão, é importante perceber que os conservadores estão emperrados em uma narrativa fóssil, uma história sobre pobreza persistente que pode ter tido algo a ver três décadas atrás, mas está toda errada hoje.
A narrativa nos anos 70 era que a guerra à pobreza tinha falhado por causa da desintegração social: as tentativas do governo de ajudar os pobres foram superadas pelo colapso da família, a ascensão do crime. A direita e o centro muitas vezes afirmaram que a ajuda promovia a desintegração social. A pobreza era, portanto, um problema de valores e coesão social, e não de dinheiro. Isso sempre foi muito menos verdadeiro do que a elite queria acreditar.
Hoje em dia o crime caiu bastante, assim como a gravidez adolescente e assim por diante. A sociedade não desmoronou, e sim a oportunidade econômica. Se o progresso contra a pobreza foi decepcionante no último meio século, o motivo não é o declínio da família, mas a ascensão da extrema desigualdade. Os EUA são muito mais ricos do que em 1964, mas pouco ou nada do aumento de riqueza foi transferido aos trabalhadores na metade inferior da distribuição de renda.
O problema é que a direita continua nos anos 1970. Sua noção de uma agenda antipobreza tem a ver com botar preguiçosos para trabalhar e deixar de viver à custa do Estado. O fato de que os empregos de baixo escalão, mesmo que uma pessoa consiga um, não pagam o suficiente para tirá-la da pobreza não foi assimilado. E  a ideia de ajudar os pobres continua sendo heresia.
Fonte: A Carta Capital