Durante cinco dias, 135 expositores apresentaram seus produtos a um público aproximado de 45 mil pessoas, que visitaram a 8ª Feira de Agricultura Familiar de Minas Gerais – AgriMinas – realizada entre os dias 3 e 7 de julho, na Serraria Souza Pinto, em Belo Horizonte. O evento, que nesta edição se apresentou com o tema “Segurança alimentar: vida e cidadania”, foi considerado tanto pela organização quanto expositores como excelente na promoção, fortalecimento e profissionalização do trabalho desenvolvido pelos agricultores familiares. Além dos produtos da agroindústria e peças artesanais de várias regiões de Minas, com destaque para os doces, bebidas e especiarias típicas, este ano foram também realizados os cursos de capacitação, que tiveram inscrições concorridas por parte dos expositores.
De acordo com presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetaemg), Vilson Luiz da Silva, a cada ano o evento se fortalece e garante à Agricultura Familiar novos e importantes rumos, com conquistas sociais, econômicas e políticas. “A AgriMinas já entrou para o calendário dos eventos do setor, sendo o mais importante em Minas Gerais. A feira foi consolidada e é aguardada por todos como um local para a realização de negócios e conquista e novos mercados. A AgriMinas permite que a agroindústria apresente a diversidade e riqueza de seus produtos, além de mostrar a importância da Agricultura Familiar na cadeia produtiva de alimentos”, disse Vilson Luiz da Silva, ao comemorar os resultados alcançados em 2013. Ele lembra que não foram só os expositores que ficaram satisfeitos com a AgriMinas. O consumidor final também pode encontrar na AgriMinas 2013 tudo o que procurou, ou seja, produtos sem conservantes ou agrotóxicos, vindos diretos da roça, com preços justos, ou seja, sem a figura do atravessador, “e o mais importante, todos feitos artesanalmente, com muito amor, carinho e dedicação por quem precisa tirar da terra o seu sustento”.
O presidente da Fetaemg garantiu ainda que antes mesmo de findar esta edição já está trabalhando para a edição de 2014, que segundo ele será ainda bem melhor que a deste ano. Para a 9ª edição, Vilson Luiz da Silva disse que pretende trazer mais inovações, pois estará buscando aperfeiçoar ainda mais o evento.
Expositores comemoram – Com a preocupação cada vez mais do consumidor com a origem e qualidade dos alimentos, principalmente com relação aos agrotóxicos, a demanda por produtos como os apresentados na AgriMinas cresce a cada ano, tanto que os expositores têm se preparado melhor para participar da feira, aumentando a quantidade ofertada. É o caso de Maria da Conceição de Jesus Lara, que trouxe para a feira o café orgânico Sabor de Minas, produzido no Sítio Campo Redondo, em Piedade dos Gerais. Segundo ela, para este ano ela trouxe 150 quilos de café, o dobro comercializado no ano passado. “O evento superou a nossa expectativa. Mesmo trazendo uma quantidade maior, comercializamos praticamente tudo”, revelou. Ela aproveitou ainda para agradecer o “apoio e carinho” da equipe da Fetaemg, e elogiou a AgriMinas por ter aberto as portas do mercado para sua marca, uma vez que já tem representantes no Rio de Janeiro e Brasília, além de Belo Horizonte. “Ano que vem estaremos aqui também”, garantiu.
Quem também está comemorando o sucesso das vendas é Ricardo Alves Bento, da muçarela Dandara Milk, produzida em Uberaba por quatro famílias de assentados. “Em 2012 faltou produto, pois vendemos tudo muito rápido. Este ano trouxemos 1.400 quilos de muçarela, 250 quilos a mais e já estamos vendendo as últimas peças”, revelou ele pouco antes do encerramento da AgriMinas 2013. “A AgriMinas é uma vitrine. Não podemos deixar de participar. Este é o nosso terceiro ano na feira e já sinalizamos com bons negócios. Nosso produto foi comprado para teste de vendas em comércios da região, e um supermercado também pegou o nosso contato, pois quer vender nosso produto”, revelou.
Poupas e sorvetes -A Cooperativa Grande Sertão, localizada em Montes Claros, representada na AgriMinas por Alexsandro Borges, trouxe para o evento 60 quilos de poupas de cajá, tamarindo, umbu e mangaba, além de comercializar os sucos de umbu e cajá, de grande interesse dos visitantes. “Estamos na feira para apresentar o trabalho da associação. Somos 186 cooperados na produção de 50 toneladas de frutas por ano, um trabalho que mobiliza 1.500 famílias”, explica. Com uma variedade de 12 a 15 frutas, grande parte da produção se destina à fabricação dos sorvetes e picolés Gosto do Cerrado, também presente na feira. “É a primeira vez que participamos e estou muito satisfeito. Recebi no estande representantes de grandes empresas e já sinalizo negócios com uma marca tradicional de sucos e uma rede de fast food”, disse Luciano Magalhães, que comercializa mais de 100 tipos de sorvetes de frutas exóticas do cerrado.
A AgriMinas também é considerado o principal local para abertura de mercado para a comercialização das poupas de amora, framboesa e mirtilo, pelos produtores do Sítio Juranda, localizado no município de Campestre. De acordo com Luiz Antônio do Lago, que participa da feira pelo segundo ano consecutivo, “viemos mais preparados porque, no ano passado, acabou tudo um dia antes do fim do evento. Este ano trouxemos 200 quilos de framboesa, 150 quilos de amora e 40 quilos de mirtilo, além de licores e geleias. Já vendemos praticamente tudo”, contou. De acordo com ele, a AgriMinas garante valor agregado à marca, e por não ter atravessador, ele consegue oferecer os produtos com preços bem mais em conta. “Não tenho nada a reclamar. A feira é um sucesso”, disse ele.
Fonte texto: Site FETAEMG
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