Vale a pena uma identificação mais clara de semelhanças e diferenças.
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Ambos os períodos foram de intensa inclusão social, no período Vargas a inclusão das novas classes trabalhadoras, em polos industriais localizados e, em parte, na zona rural nordestina, em torno de sindicatos e organizações de camponeses; no período Lula, de forma disseminada pelo país.
Esse era o jogo: Vargas e Lula consolidando projetos nacional-populares; a oposição ancorada em dois discursos: a anticorrupção e um inacreditável anticomunismo, mesmo após o fim do comunismo.
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Havia uma lógica econômica e outra política por trás das ações de Vargas e Lula. A econômica, de modernização do capitalismo brasileiro, através do fortalecimento do mercado de consumo interno e da parceria com grandes grupos nacionais. Do lado político, a consolidação eleitoral massacrante, com as novas classes aderindo em massa ao líder que lhes abriu espaço.
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Esse mesmo fenômeno ocorreu nos Estados Unidos no período que antecedeu a Guerra da Secessão. Para modernizar estruturas estratificadas, havia o interesse político do Partido Republicano (de conquistar os novos eleitores urbanos e rurais) e do grupo de indústrias que se instalou na costa do Atlântico.
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Historicamente, a política econômica brasileira movimentou-se pendularmente entre períodos de liberalização financeira (Campos Salles, Dutra, Castelo Branco, FHC) e períodos em que se buscavam projetos nacionais (Vargas, JK, Geisel, e, agora, Dilma).
Vargas e Lula tinham projetos nacionalistas, pretenderam cooptar o capital nacional, sem rompimentos drásticos; e trataram o capital externo sem xenofobia.
Vargas acabou marcado pela campanha eleitoral do segundo governo, denunciando a Lei de Remessa de Lucros – de fato, uma excrescência. Mas sempre buscou manter canais abertos especialmente com os Estados Unidos.
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Jango foi ungido herdeiro político de Vargas devido à sua habilidade em compor com os diversos setores, do empresariado rural e industrial aos sindicatos pelegos; Dilma foi escolhida por ter se tornado principal interlocução do setor empresarial na reforma do setor elétrico e, depois, no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
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Ambos enfrentaram a radicalização. No período Vargas, a partir da imensa campanha que acabou levando-o ao suicídio. Os conspiradores – especialmente nas Forças Armadas – mantiveram-se suficientemente fortes para arrostar a eleição de JK e, depois, a posse de Jango.
No caso de Dilma, um anti-lulismo feroz que se acentuou durante as eleições de 2010 e, depois, no julgamento do mensalão.
Nos dois casos, procurou-se tirar a disputa do campo eleitoral para os inquéritos. No caso de Vargas, os Inquéritos Policiais Militares conduzidos pela Aeronáutica e várias CPIs; no caso de Lula, os inquéritos do Ministério Público Federal.
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Fonte texto: Luis Nassif On Line
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