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quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Após 25 dias, o que se sabe sobre o desaparecimento de 3 meninos no Rio de Janeiro

O desaparecimento de três meninos de Belford Roxo, cidade de 500 mil habitantes na Baixada Fluminense, continua sem solução 25 dias após o sumiço dos garotos.

Os meninos teriam saído por volta das 10h30 para brincar juntos em um campo de futebol perto do condomínio onde eles vivem, mas nunca retornaram para casa. A demora na resolução do caso pela polícia levou moradores e familiares a realizarem protestos cobrando respostas

Lucas Matheus, de 8 anos, o primo dele Alexandre da Silva, 10, e Fernando Henrique, 11, foram vistos pela última vez no dia 27 de dezembro do ano passado, no Morro do Castelar, em Belford Roxo.

Os meninos teriam saído por volta das 10h30 para brincar juntos em um campo de futebol perto do condomínio onde eles vivem, mas nunca retornaram para casa. A demora na resolução do caso pela polícia levou moradores e familiares a realizarem protestos cobrando respostas.

A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense investiga o caso. Em nota à BBC News Brasil, a Polícia Civil do Rio de Janeiro afirmou que agentes “continuam a realizar diligências em busca de informações que ajudem a localizar as crianças e esclarecer o caso”.

Quase um mês depois, o caso tem mais perguntas do que respostas. Nos dias seguintes, familiares receberam uma série de pistas falsas sobre o sumiço — até agora nenhuma informação levou ao paradeiro dos garotos.

Uma das dicas relatava que as crianças foram vistas comprando comida para passarinhos na Feira de Areia Branca, em uma praça de Belford Roxo, mas a polícia afirma que não há confirmação de que isso tenha ocorrido.

Em entrevista ao jornal O Globo, Silvia Regina da Silva, avó de Lucas e Alexandre, contou que recebeu outra informação: “[…] Veio a história de que o Fernando Henrique foi roubar um passarinho e o mataram a pauladas. Lucas e Alexandre teriam corrido e levado tiros pelas costas. Em seguida, jogaram os corpos num rio. Passo tudo para o delegado”, afirmou Silvia ao jornal carioca.

Outra história investigada informava que os garotos teriam sido vistos em São João de Meriti, outro município da Baixada Fluminense, dias depois do sumiço. Buscas foram feitas na região, mas os meninos não foram encontrados, segundo a polícia.

Suspeitas

No dia 11 de janeiro, moradores do Morro do Castelar levaram um homem à delegacia de homicídios, acusando-o de envolvimento com o desaparecimento. Ele mora no mesmo condomínio dos garotos.
Na delegacia, o homem afirmou que havia sido torturado por moradores da região para confessar o crime, e negou ter qualquer relação com o caso.

Depois, a polícia afirmou que não há indícios de que o rapaz esteja envolvido. Porém, o homem permaneceu preso, pois em seu celular foi encontrado material com pornografia infantil.
No último dia 14, a Polícia Civil informou que investigava a participação de traficantes de drogas do Morro do Castelar no desaparecimento dos meninos.

Para Allan Turnowski, secretário da Polícia Civil, os indícios viriam do fato de que “traficantes torturaram” o homem que havia sido preso três dias antes para que ele confessasse envolvimento com o sumiço.

Segundo ele, esse fato e também a queima de um ônibus a poucos metros da delegacia de homicídios “fizeram a polícia acreditar” que traficantes têm relação com o desaparecimento das crianças.
“Após a descoberta de que traficantes sequestraram um homem, amarraram e apresentaram para as famílias dos garotos desaparecidos como sendo o responsável pelo desaparecimento das crianças, assim como o fato de a manifestação com um ônibus queimado ter tido incitação de pessoas ligadas ao tráfico de drogas, a Polícia Civil colocou como principal linha de investigação a participação de traficantes no desaparecimento dos meninos”, disse Turnowski ao jornal Extra no último dia 14.

Na manhã desta quarta-feira (20/01), a Polícia Civil enviou uma nota à BBC News Brasil sobre o caso.
Informou que policiais vão colher “material genético das mães dos meninos”. A ideia é checar se o DNA delas é compatível com roupas encontradas na casa do homem apontado por moradores como suspeito — o mesmo homem que disse ter sido torturado para confessar o crime.

O governador em exercício do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PSC), falou sobre o caso no último dia 6, quando anunciou um reforço na equipe que investiga o sumiço. “Como pai, imagino o quão difícil é este momento. Fiquem atentos às crianças na rua. Ajude-nos a localizar Lucas, Alexandre e Fernando”, disse Castro, na ocasião.

Fonte:Geledes

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