Jacob Blake foi atingido por quatro tiros a queima-roupa e ficou paralisado da cintura para baixo
A promotoria de Kenosha, no estado americano de Wisconsin, anunciou que não denunciará o policial branco que atirou nas costas do homem negro Jacob Blake, 29, em agosto passado, um episódio que desencadeou grandes protestos de rua e inflamou as tensões raciais nos Estados Unidos.
Um vídeo do caso, gravado em um celular, mostra o agente Rusten Sheskey atirar a queima-roupa nas costas de Blake sete vezes após a vítima abrir a porta de seu carro. Ele foi atingido quatro vezes e ficou paralisado da cintura para baixo.
As autoridades afirmam que havia uma faca dentro do carro de Blake. O promotor distrital do condado de Kenosha, Michael Graveley, argumentou que o policial tinha direito à legítima defesa.
O advogado de Blake, Ben Crump, disse que ele estava tentando interromper uma briga entre duas mulheres quando foi baleado na frente de três de seus filhos, de 3, 5 e 8 anos.
No auge dos protestos que se seguiram em Kenosha devido ao incidente, o jovem Kyle Rittenhouse abriu fogo com um rifle, matando dois homens e ferindo outro. Agora com 18 anos, ele responde por homicídio em primeiro grau, semelhante a homicídio doloso no Brasil.
Mais cedo nesta terça-feira, Rittenhouse se declarou inocente de todas as acusações em uma aparição por vídeo no Tribunal do Condado de Kenosha. Seus advogados alegam que ele agiu em legítima defesa. Ele foi solto sob fiança de R$ 10,8 milhões no fim de novembro passado.
A decisão de não processar o oficial por nenhum crime pode incitar mais manifestações. Nos últimos anos, milhares de americanos saíram às ruas para protestar contra a violência policial que atinge desproporcionalmente negros e contra a impunidade dos agentes envolvidos, geralmente brancos.
A onda de protestos de 2020 foi desencadeada pelo assassinato, em 25 de maio, de George Floyd, um homem negro, em Minneapolis. Floyd foi sufocado por um policial branco que se ajoelhou sobre o pescoço da vítima por quase nove minutos.
Floyd foi lembrado em manifestações na África, na Ásia, na Europa e no Brasil. Incidentes ocorridos ao longo daquele ano nos EUA, como o de Blake, alimentaram novas manifestações. Segundo levantamento do New York Times, ao menos 2.000 cidades americanas foram palco de protestos antirracismo em 2020.
Fonte: Geledes
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