O policial Ronnie Lessa, ex-sogro do filho de Bolsonaro, teve R$ 100 mil depositados em sua conta alguns meses depois do assassinato de Marielle Franco
Um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) apontou um depósito de R$ 100 mil, em dinheiro, na conta de Ronnie Lessa — o policial reformado acusado de ter efetuado os disparos que mataram a vereadora Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Gomes.
O depósito foi feito na conta do homem em outubro do ano passado, sete meses depois do crime.
O depósito foi feito na conta do homem em outubro do ano passado, sete meses depois do crime.
O Ministério Público citou esse relatório em um pedido de bloqueio dos bens de Lessa e do ex-PM Élcio Queiroz, também preso. O MP pediu o bloqueio para garantir a indenização por danos morais e materiais às famílias da vereadora e do motorista.
O relatório do Coaf cita ainda bens materiais de Ronnie Lessa, como uma lancha, um veículo blindado avaliado em cerca de R$ 150 mil e uma casa no condomínio Vivendas da Barra, na zona oeste, onde imóveis estão avaliados entre R$ 1,5 milhão e R$ 4,5 milhões — os bens seriam incompatíveis com a renda de um PM reformado (uma aposentadoria líquida de R$ 7.463,86).
Ronnie Lessa e Élcio Queiroz foram presos na última terça-feira (12) no Rio de Janeiro. Os dois tiveram acesso a informações privilegiadas e estavam fugindo no momento em que foram detidos, às 4h30 da madrugada. Lessa estava saindo de sua casa, enquanto Queiroz já encontrava-se na esquina da rua onde morava.
Filho de Bolsonaro
Ronnie Lessa é vizinho do presidente Jair Bolsonaro em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca e foi exatamente lá que a polícia o prendeu.
Ao ser questionado na entrevista coletiva sobre essa ‘coincidência’, o delegado Giniton Lages afirmou que a informação não era “relevante neste momento das investigações” e que não havia relação direta entre Lessa e a família Bolsonaro.
Ainda na coletiva de imprensa, um jornalista insistiu no tema e confrontou o delegado com uma informação que, certamente, não seria revelada ao público e deixou Giniton Lages atônito. “E o filho mais novo do Bolsonaro, ele namora a filha de Ronnie Lessa?”.
Giniton Lages mostrou-se desconfortável e foi obrigado a admitir: “Bom, isso [o namoro] tem. Isso, tem. Mas para nós isso não importou na motivação delitiva e será enfrentado no momento oportuno”, respondeu.
No dia seguinte, o jornal O Globo informou que o delegado Giniton Lages seria afastado do caso Marielle Franco. A informação foi confirmada horas mais tarde pelo governador Wilson Witzel (PSC). O motivo oficial é que ele já “teria cumprido a sua missão”.
Fonte: Pragmatismo Político
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