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terça-feira, 18 de junho de 2013

Medo?


Tive medo.
Por alguns minutos eu me encolhi em mim mesmo.
Me passou muitas coisa pela cabeça.
Ao olhar a cara dos trabalhadores da segurança publica (ou quase publica), nos olhando com se fossemos bandidos e fossemos atacar o maior bem do povo: a democracia.
Tive medo.
Tive vontade de correr e me esconder em algum lugar alí, proximo a avenida, de forma que não conseguisse ver ou ouvir nada.
Fingir para mim mesmo que não está acontecendo nada.
Tive medo.
Tive muito medo.
Um medo incontrolavel de ficar dias pensando neste acontecimento.
Mas o medo que sentia não era de entrar na frente dos soldados da policia anti-povo.
Não era de abrir os braços e de encontro as bombas e balas de borracha.
Sai do movimento sindical em que temos um adversario que não mede esforços para nos derrotar.
Não tive receio da mídia golpista pronta para deturpar os movimentos sociais e enaltecer o sistema de exploração.  
Na verdade o que tive, foi um medo pavoroso de dizer para as minhas filhas que aquilo que elas leram ou lerão nos livros de história do Brasil foi vivencial pelo seu pai quase quarenta anos após o seu final anunciado.
Que democracia dos atos dos movimentos sociais são tratados com balas de borracha.
Que quando andei de braços abertos para seguir em frente sem me armar com a covardia do estado fui intimidado com gás lacrimogeneo.
Que não dei a mão para o companheiro para lhe comprimentar e sim para levanta-lo após ser agredido pela força policial.
Tenho medo de dizer que senti um pouco do gosto amargo da ditadura militar.
De um sindicalista e trabalhador e ser tratado com marginal.
De ver a constituição que todos lutaram por ela, ser rasgada a caneta do neo-liberalismo.
Tenho medo do estado opressor atacar minha casa.
Desonrar minha familia.







Romney Mesquita
Dirigente SITRAMICO MG e CTB MG

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