Tive medo.
Por alguns
minutos eu me encolhi em mim mesmo.
Me passou
muitas coisa pela cabeça.
Ao olhar a
cara dos trabalhadores da segurança publica (ou quase publica), nos olhando com
se fossemos bandidos e fossemos atacar o maior bem do povo: a democracia.
Tive medo.
Tive vontade
de correr e me esconder em algum lugar alí, proximo a avenida, de forma que não
conseguisse ver ou ouvir nada.
Fingir para
mim mesmo que não está acontecendo nada.
Tive medo.
Tive muito
medo.
Um medo
incontrolavel de ficar dias pensando neste acontecimento.
Mas o medo
que sentia não era de entrar na frente dos soldados da policia anti-povo.
Não era de
abrir os braços e de encontro as bombas e balas de borracha.
Sai do
movimento sindical em que temos um adversario que não mede esforços para nos
derrotar.
Não tive
receio da mídia golpista pronta para deturpar os movimentos sociais e enaltecer
o sistema de exploração.
Na verdade o
que tive, foi um medo pavoroso de dizer para as minhas filhas que aquilo que
elas leram ou lerão nos livros de história do Brasil foi vivencial pelo seu pai
quase quarenta anos após o seu final anunciado.
Que democracia
dos atos dos movimentos sociais são tratados com balas de borracha.
Que quando
andei de braços abertos para seguir em frente sem me armar com a covardia do
estado fui intimidado com gás lacrimogeneo.
Que não dei
a mão para o companheiro para lhe comprimentar e sim para levanta-lo após ser
agredido pela força policial.
Tenho medo
de dizer que senti um pouco do gosto amargo da ditadura militar.
De um sindicalista
e trabalhador e ser tratado com marginal.
De ver a
constituição que todos lutaram por ela, ser rasgada a caneta do
neo-liberalismo.
Tenho medo
do estado opressor atacar minha casa.
Desonrar minha familia.Romney Mesquita
Dirigente SITRAMICO MG e CTB MG
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